Melhora a intenção de consumo em Minas Gerais

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A intenção de compras do consumidor do Estado subiu pelo segundo mês consecutivo e alcançou o seu maior patamar em 2017. De acordo com pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), que antecipa o comportamento de consumo na região, 26,7% dos mineiros revelaram que têm planos de ir às compras em junho. O indicador poderia, na análise da entidade, ter sido até maior, não fosse a nova crise política instalada no País com o escândalo envolvendo o presidente Michel Temer e o grupo JBS.

 

A comemoração do Dia dos Namorados (12) e a chegada das Festas Juninas estão entre as principais explicações para o aumento da intenção de gastos dos mineiros no mês que se inicia. Analista de Inteligência de Mercado da FCDL-MG, Vinícius Carlos da Silva afirma, porém, que o impacto da delação da JBS sobre a percepção dos consumidores do Estado quanto à economia foi inevitável.

 

"Com ações como a redução da taxa de juros e o surgimento de outras modalidades de crédito - como, por exemplo, a liberação para o saque de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) -, o governo vinha trabalhando para a retomada da economia. Entretanto, quando houve um tempero a mais negativo, que foram as questões políticas, pesou e feriu a confiança dos consumidores, que se mostraram em dúvida sobre o cenário futuro", avaliou.

 

Segmentos

Supermercados/hipermercados (14,9%), roupas (9,9%) e farmácia/medicamentos (8,9%) aparecem novamente entre os segmentos que devem lucrar mais com as vendas no período, como mostra o percentual discriminado de intenção de compras dos consumidores.

 

Em contrapartida, 73,3% dos entrevistados ainda mantêm uma postura mais cautelosa e informaram que pretendem investir os recursos extras neste mês. A poupança (47,7%) continua sendo a opção mais procurada pelos mineiros, agora, no entanto, com uma participação menor. No levantamento da intenção de consumo para junho é possível perceber que outras formas de investimentos ganharam mais espaço entre a população do Estado.

 

A aplicação em tesouro direto (14%) é uma delas. Em maio, apenas 8,0% apontavam a opção por este investimento. Os fundos de investimento continuam sendo a segunda forma mais votada, com 18,7% das intenções daqueles que vão poupar: alta de 1,7 ponto percentual no confronto com o mês anterior. Previdência (10,3%), capitalização (5,6%) e ações (3,7%) fecham a lista dos mineiros.

 

"Verificamos que os bancos estão fazendo ações reduzindo a taxa inicial de entrada, o que está tornando os fundos de investimento muito atrativos. Além disso, tem a questão da liquidez desse tipo de aplicação frente ao tesouro direto, por exemplo. As financeiras também estão atraindo os consumidores captando mais dinheiro para realizar seus planos e se manter no mercado", explicou Silva.

 

De modo geral, a intenção de compras do consumidor de Minas Gerais vem subindo desde o início do ano. Conforme levantado pela pesquisa, para fevereiro, quando começou a ser apurado, o indicador era de 23,1% e, com exceção de abril (21,7%), todos os outros meses mostraram aumento. Vinícius Carlos pondera que o comportamento vinha refletindo os sinais de recuperação dados pela economia. Entretanto, o analista teme que a crise política do País leve a um processo de regressão nos próximos meses.

 

Liberdade de impostos

Hoje, em Belo Horizonte, os consumidores poderão comprar diversos produtos e serviços com desconto no valor dos tributos. O benefício faz parte da comemoração da 11ª edição do Dia da Liberdade de Impostos, promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e a CDL Jovem. Ao todo, cerca de 700 lojas, de diferentes segmentos, prometem vender mercadorias sem cobrar os impostos que normalmente recaem sobre o comércio.

O Dia da Liberdade de Impostos é comemorado justamente na data em que se considera que os brasileiros começam a trabalhar apenas para o seu sustento.

 


Fonte: Diário do Comércio de Minas


 


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