Os preços das verduras e legumes vendidos na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) devem aumentar nesta semana. O incremento é reflexo da chuva registrada nos últimos 15 dias no interior do Estado de São Paulo.
"Essa situação é atípica e alguns produtos que já registraram aumento de preços na semana passada devem apresentar novas altas nos próximos dias", afirma o economista da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas.
No caso da couve-flor, por exemplo, o preço no atacado cobrado por oito unidades passou de R$ 24 para R$ 30, de uma semana para a outra. Como trata-se de um produto sensível, o economista já espera nova valorização. A alface americana ( considerando oito unidades) também aumentou de R$ 24 para R$ 30 na última semana. Já o preço da unidade de abobrinha italiana registrou alta de R$ 2,50 para R$ 2,80, na mesma base de comparação. "A tendência é o preço passar de R$ 3", diz.
Recomposição
Godas destaca que os reajustes são esperados também como uma recomposição dos preços, que estão de 15% a 20% menores que os praticados no mesmo período do ano passado.
"Não tivemos problemas climáticos em outros momentos deste ano e a oferta cresceu bastante, o que achatou os preços", avalia o especialista.
No acumulado de janeiro a maio, a oferta de produtos no Ceagesp como um todo, incluindo legumes e verduras, aumentou 2,9%, para 1,3 milhão de toneladas. Conforme o indicador Ceagesp, os preços das verduras recuou 9% em maio e o dos legumes 11% no período. No geral, a queda foi de 7,9%. "Não se sabe ainda se esses aumentos esperados para a semana vão se refletir nos indicadores de junho."
Para o engenheiro agrônomo do Instituto de Economia Agrícola (IEA) Waldemar Pires de Camargo Filho, a chuva foi intensa, mas não o suficiente para causar prejuízo ao produtor. "Eventuais perdas podem ser compensadas com um intervalo maior para a colheita", estima Camargo Filho.
Mas segundo o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), as chuvas levaram citricultores a interromper as atividades de campo, baixando a oferta do lima ácida tahiti.
As cotações subiram 77,6% entre 12 e 16 de junho, chegando a R$ 48 por caixa de 27 quilos para a fruta colhida. O preço médio registrado no período foi de R$ 29,95 a caixa de 27 quilos.
Fonte: DCI São Paulo