O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - desembolsou R$ 27,738 bilhões, de janeiro a maio de 2017, em empréstimos já aprovados, queda nominal de 13% em relação a igual período de 2016.
Em termos reais, levando em conta a inflação, a queda nos desembolsos foi de 17%. No acumulado de 12 meses até maio, os desembolsos somaram R$ 84,138 bilhões, queda nominal de 26%.
"No agregado, os indicadores de desempenho do BNDES seguem refletindo a situação econômica do Brasil, de recuperação lenta e gradual. Diante do quadro de baixo investimento, as aprovações do BNDES, em maio de 2017, somaram R$ 5,6 bilhões, acumulando um total de R$ 24,3 bilhões em 2017, o que representa contração de 32% frente ao mesmo período de 2016", diz a nota do BNDES à imprensa divulgada ontem.
As consultas, primeiro passo do processo de pedido de crédito do banco de fomento, registraram R$ 37,832 bilhões de janeiro a maio, queda nominal de 22%. Na nota, o BNDES ressalta que "o panorama é diferente quando se analisam alguns setores específicos da indústria", comunicou.
"É o caso, por exemplo, de Celulose e Papel (+501%), Mecânica (+108%), Química e Petroquímica (+295%), Alimento e Bebida (+54%) e Têxtil e Vestuário (+16%). Na Infraestrutura, as consultas dos setores de Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Energia Elétrica tiveram crescimento de, respectivamente, 22%, 20% e 5% entre janeiro e maio de 2017, frente ao mesmo período de 2016", informa o banco.
Nova política do banco
O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, chamou ontem, de "cacoete" a ideia de que o banco federal financie apenas empresas escolhidas como campeãs nacionais. Segundo ele, milhares de companhias foram financiadas ao longo dos 65 anos do BNDES e, daqui para frente, a intenção é "capilarizar" ainda mais o apoio financeiro.
"O BNDES tornou campeãs inúmeras empresas. A ideia de campeões nacionais é um cacoete com o qual temos que lidar. Funding tem que ser cada vez mais conjugado à disponibilidade nacional e internacional.Tem que ser capilarizado para milhares de empreendedores anônimos", afirmou Rabello, ao abrir o evento de comemoração de 65 anos da instituição, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Ele citou como exemplo de medida de capilarização e aproximação do investidor a iniciativa de lançar no próximo dia 26 um canal de disseminação de informações para milhares de empreendedores anônimos", destacou.
Rabello disse que o governo não trabalha com pacote de bondades. "Este governo e o Brasil estão para além da era de pacotes. Não estamos empacotando nada, porque isso não é mercearia", afirmou Rabello.
Fonte: Estadão Conteúdo