O índice de confiança do comércio da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 2,3 pontos em julho, passando de 85,7 para 83,4 pontos, o que fez com que o indicador retornasse ao nível de março.
A queda ocorreu em 11 dos 13 segmentos pesquisados e foi determinada por pioras tanto das expectativas quanto das avaliações sobre a situação atual. O índice de expectativas cedeu 4 pontos, para 88,4 pontos. Já o índice da situação atual caiu 0,4 ponto, para 79,2 pontos.
Para Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE, o resultado mostra que o aumento da incerteza com a crise política pode ter impactado "o lado real da economia".
"Os indicadores que medem a percepção sobre o nível de demanda atual e as perspectivas para contratações nos meses seguintes estabilizaram-se em níveis mais fracos que os do bimestre abril-maio. Mais sintomática da piora do ambiente de negócios foi a perda de fôlego do segmento revendedor de duráveis, que vinha observando até junho uma recuperação gradual do otimismo alavancada pela queda dos juros e pela entrada de recursos do FGTS”, avaliou.
Média trimestral
Em julho, o indicador de médias móveis trimestrais caiu pelo segundo mês consecutivo, depois de subir entre janeiro e maio. O comportamento recente do índice, no entanto, não vinha sendo homogêneo entre os diferentes segmentos, segundo a FGV.
Enquanto a confiança dos revendedores de bens não duráveis já vinha em queda desde maio, o índice dos revendedores de duráveis manteve a trajetória positiva até junho, quando alcançou a marca próxima aos 100 pontos. Neste mês, o índice de expectativas dos duráveis também recuou, mostrando que o aumento da incerteza começa a afetar um segmento que vinha se tornando gradualmente mais otimista ao longo do primeiro semestre.
Fonte: G1