São Paulo - Em queda, os índices de confiança do comércio (Icom) e do consumidor (ICC), medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na passagem entre julho e agosto, demonstram que o momento instável na economia está longe de um fim.
"Enquanto na indústria a crise política deflagrada em maio parece coisa do passado, entre consumidores e no comércio o efeito do aumento da incerteza ainda causa preocupação e afeta a confiança", comenta o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Junior.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 1,0 ponto na passagem de julho para agosto, saindo de 83,4 pontos para 82,4 pontos, o menor nível desde janeiro, conforme informado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na última sexta-feira (25).
"O resultado de agosto mostra que o ritmo da economia ainda é lento e que, passado o período de liberação de recursos de contas inativas do FGTS, o comércio está em compasso de espera por novas notícias que deem mais segurança com relação à recuperação econômica", acrescenta.
Nove dos 13 segmentos pesquisados pela FGV tiveram redução na confiança em agosto. A queda do Icom foi determinada pela piora tanto das expectativas quanto das avaliações sobre o presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 1,8 ponto, para 77,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 0,3 ponto, para 88,1 pontos.
Desconfiança aumenta
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,1 ponto em agosto, para 80,9 pontos, considerando-se dados dessazonalizados. Com a terceira queda consecutiva, o índice atingiu seu menor nível desde janeiro deste ano, quando registrou 79,3 pontos.
"O consumidor continua com prognóstico pessimista em relação aos próximos meses, principalmente no que concerne à evolução da economia. Ainda há incerteza em relação ao futuro e por isso muita cautela nos gastos com compras a prazo, por conta da renda comprometida e do desemprego ainda elevado", afirma a coordenadora da Sondagem do Consumidor do FGV/IBRE, Viviane Seda.
O Índice de Confiança deste mês foi impactado pelos indicadores da situação financeira das famílias. O indicador de situação financeira atual das famílias subiu 2,4 pontos, passando de 63,0 para 65,4 pontos. Por outro lado, o indicador de situação financeira futura registrou queda de 4,6 pontos, para 86,9 pontos.
Fonte: DCI São Paulo