São Paulo - A alta de 0,7% nas vendas no setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi a principal responsável para o que varejo ampliado apresentasse estabilidade em julho ante a junho, segundo indicador do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
O resultado, que se somou ao aumento nas vendas nos itens de material de construção (+0,9%), amorteceu o tombo em segmentos como a venda de combustíveis e lubrificantes (-1,6%) e farmácias e drogarias (-0,4%).
"O varejo responde por 45% do volume de vendas no varejo como um todo, então uma alta de 0,7% sustenta outros segmentos, menos importantes, que encolherem no sétimo mês do ano", resume a professora de macro economia da FMU, Solange Costa.
O avanço, no entanto, não foi o bastante para equalizar as perdas do setor na soma do ano, quem em julho ficou em -0,5%. Em doze meses, a retração do setor é 1,7%. "Com esse crescimento ainda muito moderado, o setor precisará de mais alguns meses para recuperar as perdas de um ano", completa Solange.
Muito longe do topo
Apesar do resultado nulo em julho, o caminho para o varejo como um todo voltar aos patamares do final de 2014 ainda é longo. Hoje, o segmento ampliado (que envolve material de construção e venda de peças e automóveis) se encontra 8,7% abaixo do resultado de novembro de 2014, quando o setor atingiu um recorde de volume de vendas. "Falta muito para atingirmos o nível de 2014, o que vai depender do ritmo de retomada do setor nos próximos dois anos" comenta o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti.
Burti ressalta ainda que o a queda da inflação é o principal impulsionador do comércio, e que se o País continuar com apresentando queda nos preços ao consumidor, a tendência é de melhora mês a mês.
A melhora do ambiente varejista pode ser notado na análise interanual. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, aponta que, após três meses seguidos de aumento, o varejo acumulou ganho de 2,2%, o que reflete um trimestre melhor do que os registrados nos últimos dois anos.
No confronto com julho de 2016, na série sem ajuste sazonal, o volume de vendas avançou 3,1%, acumulando variação de 0,3% nos sete primeiros meses de 2017. Segundo a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes, o avanço interanual se deu em todas as categorias, o que sinaliza um ambiente menos hostil para vendas neste ano.
Segundo a especialista, os destaques na formação da taxa global, foram Tecidos, vestuário e calçados (15,5%); Móveis e eletrodomésticos (12,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,0%).
O único recuo em julho, no entanto, foi em Combustíveis e lubrificantes (-0,9%). "Isso está diretamente ligado ao aumento do imposto no combustível e a alta no preço ao consumi dor", diz Solange, da FMU.
Fonte: DCI São Paulo