Um coquetel de bons indicadores macroeconômicos – agrupando estabilidade da inflação, queda dos juros, melhoria nos índices de emprego e nível de endividamento mais controlado – está impactando positivamente no consumo das famílias. Na análise do economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, o setor do comércio, dependente do comportamento das famílias, deve trazer indicadores positivos ainda neste ano. Já o segmento de serviços, mais ligado ao desempenho industrial, deve ter resultados melhores em 2017, mas com crescimento em 2018.
“Qualquer movimento no indicador macroeconômico tende a influenciar esses segmentos. E temos condicionantes macroeconômicos mais positivos, com melhorias na margem em relação a períodos anteriores, impactando positivamente no comportamento do consumidor. Com o cenário econômico adverso em 2015 e 2016, houve impacto negativo”, diz Guilherme Almeida.
O economista cita a recuperação do crédito das famílias, com perspectivas de melhora devido à queda na taxa de juros. Segundo Almeida, outro ponto relevante é a pressão sobre o nível de preço, que é a inflação, que está controlada, representando ganho real na massa de renda dos trabalhadores.
Ela cita ainda a melhoria, ainda que pontual, no mercado de trabalho. “Tivemos um indicador negativo em Minas, mas foi sazonal e está ligado à agropecuária. Em recortes por setores, há melhoria, com a retomada de investimentos”, disse.
Na quinta-feira (21), o Banco Central (BC) divulgou o Relatório de Inflação, com a revisão para baixo deste indicador para 2017. Em junho, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 3,8%, tendo caído para 3,2%. Para 2018, a projeção é de inflação de 4,3%.
A projeção para a Selic é 7% ano ao final de 2017 e de 2018, enquanto para 2019 e 2020, deve ficar em 8%. Segundo o Banco Central, a revisão ocorreu pela queda dos preços dos alimentos. Enquanto isso, a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 0,5% para 0,7%. Para 2018, a projeção é de alta no PIB de 2,2%.
Quanto aos empregos, Minas registrou resultado negativo em agosto no comparativo com julho. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram 139.432 admissões contra 148.877 desligamentos, déficit de 9.445. O maior responsável pela interrupção do crescimento – o Estado vinha apresentando resultados positivos desde abril – foi o setor agropecuário. No acumulado do ano, Minas tem saldo positivo de 60.484 vagas.
Inadimplência - Pesquisas recentes da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) confirmam a análise de Almeida. Um dos estudos, divulgado no final de agosto, mostra que o número de inadimplentes na Capital apresentou queda de 1,44% em julho no comparativo com igual mês do ano passado, sendo a quarta redução consecutiva tendo como base a comparação anual.
Outro levantamento da CDL-BH mostra que as vendas no comércio da Capital cresceram 0,17% em julho na relação com igual mês do ano passado. A expectativa de crescimento para 2017 é de 1,72.
Fonte: Diário do Comércio de Minas