Retomada da produção industrial é incerta

Leia em 2min 30s

São Paulo - Uma série de quatro altas consecutivas da produção industrial foi interrompida em agosto, trazendo dúvidas sobre a magnitude da recuperação fabril brasileira, mesmo após o fim do pior momento da recessão no País.

 

"Recuperação está associada à uma sequência de resultados positivos, o que vinha ocorrendo com a indústria. Mas o desempenho de agosto joga um balde água fria", diz o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Indústria (Iedi), Rafael Cagnin. Segundo ele, no primeiro semestre fatores pontuais ajudaram no resultado de forma consolidada, tais como a super safra agrícola, a liberação de recursos do FGTS e a queda da inflação.

 

No entanto, para a segunda metade do ano, a preocupação reside sobre quais fatores vão impulsionar a produção. "O principal é a queda dos juros, mas a retração ainda não chegou de maneira consistente às famílias e às empresas", avalia, reforçando que este efeito será sentido de forma mais consistente apenas em 2018. "Principalmente para as empresas o crédito segue caro e escasso."

 

Em relatório, o Mitsubishi UFJ Financial Group destaca que a expectativa é de que em setembro possa ocorrer algum crescimento da produção. "Os estoques estão em níveis normalizados e este é um período em que a produção é mais aquecida para atender às vendas de fim de ano", escreveu.

 

Apesar do resultado em agosto pior do que o esperado, o banco aposta que a economia continuará crescendo no terceiro trimestre, beneficiada "pelo cenário de maior demanda interna e externa".

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial no Brasil recuou 0,8% em agosto sobre julho, na série com ajuste sazonal, resultado mais fraco desde março, quando a queda foi de 1,6%. No ano, a indústria soma alta de 1,5%, enquanto em 12 meses contabiliza recuo de 0,1%. Dessa forma, a indústria operava em agosto deste ano num patamar 17,8% abaixo do pico, registrado em junho de 2013. "A queda da produção em agosto foi concentrada em poucos grupos, mas de muita relevância. Não é um rompimento de tendência. Parece ser um movimento pontual e concentrado. A conjuntura não mudou", ponderou o coordenador da pesquisa no IBGE, André Macedo.

 

O resultado de agosto ante julho foi puxado negativamente pelo setor de alimentos, com retração de 5,5%, após três meses consecutivos de ganhos, devido principalmente à produção menor de açúcar. Na mesma comparação, outras quedas vieram da atividade extrativa (-1,1%) e de máquinas e equipamentos (-3,8%). De forma geral, oito dos 24 ramos pesquisados recuaram.

 

Em relação a agosto de 2016, porém, a produção avançou 4%, no melhor resultado para o mês nessa base de comparação desde 2010. O desempenho foi puxado pelo setor automotivo, com alta de 28,2%.

 

Fonte: DCI São Paulo

 

 

 


Veja também

Comércio tem alta de 3,3% em agosto

As vendas totais no varejo brasileiro cresceram 3,3% em agosto ante a igual mês de 2016, o quarto avanço se...

Veja mais
Preços de alimentos recuam e IPC-Fipe tem variação positiva de 0,02% em setembro

São Paulo - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo encerrou setembro com varia&...

Veja mais
Produção mineira em pleno crescimento

Com a demanda interna maior que a produção e condições produtivas favoráveis, o plant...

Veja mais
Black Friday promete bater novo recorde

São Paulo - As vendas na Black Friday brasileira devem bater novo recorde em 2017. Segundo estimativa da Ebit, em...

Veja mais
Dia das Crianças deve ter tíquete médio de R$ 120 na capital mineira

Após segurar os gastos nos últimos anos, em virtude da redução do poder de compra, os consum...

Veja mais
Indicador de vendas da Mastercard capta alta de 3,3% no varejo em agosto

São Paulo - As vendas totais no varejo brasileiro (excluídas as vendas de automóveis e materiais de...

Veja mais
Comércio em SP tem segundo mês seguido de queda do faturamento em julho

São Paulo - O faturamento do comércio varejista em SP no mês de julho registrou queda de 1,8% na com...

Veja mais
Balança tem superávit recorde de US$ 53,2 bilhões entre janeiro e setembro

Em novo recorde histórico, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 53,2 bilh&o...

Veja mais
Inflação deve ficar abaixo de 3% em 2017, diz ministro do Planejamento, fora da meta

Rio de Janeiro (Reuters) - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta segunda-feira que a inflaç&a...

Veja mais