Denúncia contra Temer paralisa o Orçamento

Leia em 2min 40s

Brasília - A demora do governo em enviar medidas que têm impacto no Orçamento de 2018 criou impasse na tramitação da lei orçamentária do ano que vem e irritou parlamentares, a ponto de a Comissão Mista de Orçamento (CMO) ameaçar votar uma peça fictícia.

 

Com a votação da segunda denúncia do presidente Michel Temer prevista para dia 25, o governo já mandou avisar integrantes da comissão que só enviará medidas provisórias impopulares, que cortam despesas com servidores públicos, por exemplo, depois dessa data.

 

Sem essas medidas, no entanto, a comissão não consegue modificar o Projeto de Lei Orçamentária de 2018, que foi enviado ao Congresso antes da ampliação do rombo fiscal. Dessa forma, tramita na CMO um texto "fictício", enviado antes de o governo conseguir ampliar a meta fiscal para um déficit de R$ 159 bilhões, e que ainda prevê um déficit de R$ 129 bilhões para 2018.

 

Para técnicos da área econômica, é um erro das lideranças governistas aceitarem o atraso do debate e do envio ao Congresso das medidas que vão embasar a revisão da proposta do Orçamento de 2018. A ida do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, na comissão hoje, que foi cancelada e adiada para depois da denúncia, era considerada importante para dar início à discussão da nova proposta orçamentária. Lideranças, no entanto, consideraram a presença de Oliveira ineficaz, já que a proposta de revisão do Orçamento não foi enviada.

 

O adiantamento do envio do pacote de medidas por conta das negociações parar barrar a segunda denúncia contra Temer na Câmara já tinha acendido a luz vermelha da equipe econômica. Isso porque retarda o início das medidas, como por exemplo, a contagem do período de noventena (90 dias) para entrar em vigor a elevação da alíquota da contribuição previdência dos servidores de 11% para 14% - a principal medida do pacote. O resultado é arrecadação menor do que o previsto. Agora, a preocupação só aumenta.

 

Há uma preocupação dos técnicos com o pouco tempo para aprovação das medidas e da própria lei orçamentária até o fim do ano. Fontes informaram que há pressão também dos servidores públicos com os parlamentares que querem barrar as medidas, como o adiamento da revisão de aumentos salariais de 2018.

 

Prazos

 

O relator do Orçamento, deputado Cacá Leão (PP-BA), disse ao Estadão/Broadcast que não vai adiar o prazo de apresentação de seu relatório, que vai até 4 de novembro, mesmo com o risco de o Congresso acabar aprovando o texto "fictício" do Orçamento do ano que vem: "Vou cumprir os prazos regimentais e apresentar meu relatório até a data-limite. Se vier ou não a mensagem modificativa. Não vou esperar o governo".

 

A intenção do governo era enviar uma mensagem modificativa adequando o Orçamento à meta de rombo fiscal maior assim que a alteração fosse aprovada, o que ocorreu no início de setembro. A segunda denúncia contra Temer, no entanto, complicou a tramitação. Com a mensagem modificativa, o governo precisa enviar essas medidas provisórias impopulares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

Fonte: Estadão Conteúdo


Veja também

Varejo no Estado de São Paulo cria 7.477 vagas

São Paulo - O comércio varejista no Estado de São Paulo criou novas vagas de emprego pelo segundo m...

Veja mais
Preços ao consumidor voltam a subir e IGP-M avança 0,32% na 1ª prévia de outubro, diz FGV

São Paulo - Os preços ao consumidor voltaram a subir e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP...

Veja mais
Inflação da terceira idade sobe 0,68% no 3º trimestre, aponta FGV

Rio de Janeiro - A inflação percebida pela população idosa acelerou de uma alta de 0,50% no ...

Veja mais
País tem possibilidade de recuperar o grau de investimento em cinco anos

São Paulo - É possível para o Brasil retomar o grau de investimento pelas agências de rating ...

Veja mais
FecomercioSP: em julho varejo cresce 5,2% no Estado e 4,9% na capital paulista

São Paulo - O comércio varejista na cidade e no Estado de São Paulo registrou expansão em ju...

Veja mais
Projeções de mercado para o PIB e a produção industrial são aumentadas

São Paulo -  O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer 2,43% em 2018, de acordo com estimativas a...

Veja mais
Revisão de Orçamento de 2018 pode ser adiada

Brasília - A área econômica do governo vê com grande preocupação a possibilidade...

Veja mais
Dia das Crianças deve girar R$ 8,8 bilhões no País

Rio de Janeiro - As vendas relacionadas ao Dia das Crianças devem gerar movimento de R$ 8,8 bilhões no com...

Veja mais
Índice de preços à baixa renda recua 0,25% em setembro

O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) teve redução de 0,25% em setembro, ap&o...

Veja mais