Rio - O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) recuou 8,3 pontos na passagem de setembro para outubro, alcançando 111,0 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Após o quarto recuo consecutivo, o indicador atingiu o menor patamar desde fevereiro de 2015.
"Este é um registro histórico importante para o indicador de incerteza da economia. Após quase três anos oscilando acima dos 120 pontos, e com muita volatilidade, o IIE-Br parece registrar o encerramento desse longo período de incerteza econômica muito elevada, motivada principalmente por eventos políticos, como a cassação da Presidente Dilma Roussef e a divulgação dos áudios do presidente (Michel) Temer (da delação do empresário Joesley Batista). Embora ainda existam riscos no campo político, parece que a economia, pelo menos por um tempo, se isolou da política. Agora é aguardar os próximos eventos e torcer para que a incerteza continue baixa, permitindo maiores investimentos e consumo", avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br passou a integrar o calendário de divulgações de indicadores econômicos do Ibre/FGV no fim de 2016. O índice mensal é composto por três componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA; e o IIE-Br Mercado, baseado na volatilidade do mercado financeiro.
Em outubro, o IIE-Br Mídia caiu 6,5 pontos, contribuindo com -5,8 pontos para o recuo do índice geral. O IIE-Br Expectativa recuou 6,5 pontos, contribuindo com -1,6 pontos para a queda do indicador agregado. Já o IIE-Br Mercado apresentou queda de 7,3 pontos, com um impacto negativo de 0,9 ponto no IIE-Br.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.
Fonte: Estadão Conteúdo