Tradicional produto mineiro, o Queijo Minas Artesanal (QMA) está conquistando espaço nas pesquisas. Em 2018, os queijos produzidos nas sete regiões tradicionais serão analisados pelo Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas (ISTA&B) do Sistema Fiemg. A pesquisa é resultado da assinatura de um Protocolo de Intenções com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). O objetivo principal é fazer análises de risco de todo o processo produtivo do queijo Minas, o que é fundamental para comprovar, cientificamente, a segurança alimentar do produto.
De acordo com o superintendente técnico da Faemg, Altino Rodrigues, o convênio tem como objetivo principal fazer um trabalho de análise de riscos da produção e do Queijo Minas Artesanal das sete regiões já reconhecidas, que são: Serro, Serra do Salitre, Canastra, Campo das Vertentes, Araxá, Cerrado e Triângulo.
“A análise de risco é importante porque os pesquisadores estudarão todo o processo, passando pelos diversos pontos críticos de fabricação do queijo, como a alimentação animal, a ordenha, higiene e, no final, será feita a análise do produto. Caso tenha algum processo de contaminação, a análise de risco identificará onde está o problema”, explicou Altino.
Ainda segundo o representante da Faemg, os estudos são fundamentais para identificar importantes pontos da produção, como o tempo ideal de maturação para que o produto não cause riscos à saúde.
“Nosso objetivo é comprovar cientificamente que o queijo Minas, com o tempo ideal de maturação, é um produto seguro e que não causa riscos à saúde. Vamos desenvolver os estudos em parceria com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o que é fundamental para a validação das pesquisas. O IMA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são os responsáveis pela segurança alimentar do País, então precisamos da parceria, inclusive com a presença de representantes destes órgãos na coleta das amostras para tornar o trabalho oficial e poder interferir e contribuir na legislação que está sendo proposta pelo governo do Estado”, disse Altino.
A coleta de dados para os estudos será feita por amostragem nas sete regiões reconhecidas e certificadas como produtoras do Queijo Minas Artesanal. A amostragem ainda será calculada e será definida pelas normas e conforme o número de produtores existentes em cada região. Os estudos serão realizados ao longo de 2018.
Fungos - Outra iniciativa para atender a demanda proveniente dos produtores de queijo foi o convênio feito entre a Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O acordo entre as instituições permitirá o estudo dos fungos presentes nos queijos.
“O trabalho, que foi iniciado em dezembro, tem como objetivo pesquisar os fungos presentes nos queijos. Queremos identificá-los para criar um banco de dados e incluir na legislação do QMA quais são os de cada região. Nosso objetivo é comprovar que estes fungos não fazem mal a saúde. Além disso, é importante ter este mapeamento, porque em caso do desaparecimento dos fungos, será possível buscar por eles restabelecê-los nas regiões. É um trabalho muito importante e interessante”, explicou Altino.
Comprovação - O representante da Faemg ressalta que os produtores do Queijo Minas Artesanal (QMA) estão cada dia mais conscientes da importância das pesquisas para comprovarem de forma científica a qualidade e a segurança dos queijos de leite cru.
“O Queijo Minas Artesanal passou a ter conotação no mundo todo com as premiações recebidas na França, além de ter um grande apelo na gastronomia. Os produtores já perceberam que não poderia ficar somente na experiência e na história. A pesquisa comprova cientificamente que são bons, podem ser consumidos e são seguros. É um grande avanço”.
Fonte: Diário do Comércio de Minas