A renda domiciliar per capita teve aumento de apenas 0,46% em 2017 em relação a 2016, segundo cálculo do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alberto Ajzental. Com a manutenção do alto nível de desemprego, esse rendimento pode ainda recuar neste ano.
O valor nominal mensal ficou em R$ 1.268,00 no País no ano passado, segundo cálculos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados ontem (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, a renda domiciliar per capita era de R$ 1.226,00.
Segundo o economista Alberto Ajzental, ajustando o valor nominal apresentado pelo IBGE com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2017, o aumento da renda foi pequeno em relação ao ano anterior.
“Apesar do decréscimo da taxa de desemprego apresentado em 2017, o saldo de novos empregos gerados é muito pequeno. Em 2018 não há cenário econômico que possa absorver a massa de desempregados. Com isso, o salário individual e a massa salarial tendem a cair, uma vez que a oferta de empregados é maior enquanto o salário oferecido a eles é menor”, disse.
Além do baixo crescimento da renda per capita, há uma considerável discrepância nos valores médios entre as unidades da federação. O maior rendimento foi registrado no Distrito Federal, de R$ 2.548, enquanto a mais baixa era a do Maranhão, de R$ 597.
Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, essa diferença é causada principalmente pelo alto salário do funcionalismo público no Distrito Federal em contrapartida ao grande número de empregos informais encontrados em estados do Nordeste do Brasil.
Em São Paulo, a renda per capita nominal alcançou o valor de R$ 1.712 em 2017 e no Rio de Janeiro R$ 1.445.
A renda domiciliar é calculada pela divisão dos rendimentos domiciliares pelo total dos moradores e leva em conta a soma dos proventos do trabalho e de outras fontes recebidos por cada morador.
Massa salarial
Porém, no caso da massa de salários em circulação na economia, houve alta de R$ 6,754 bilhões no período de um ano. “O aumento da população ocupada resulta nesse aumento”, explicou Cimar Azeredo
A massa de renda alcançou R$ 193,827 bilhões. A renda média subiu 1,6%, alcançando o valor de R$ 2.169.
Fonte: DCI São Paulo