O crescimento da economia brasileira pode chegar a 3% neste ano. A grande dúvida é se o País vai conseguir fazer as mudanças estruturais para que a expansão não fique restrita ao curto prazo.
Essa é a avaliação do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, exposta ontem, após sua participação, ontem, em painel do Fórum Econômico Mundial, em São Paulo .
Entre as mudanças estruturais necessárias para o País, Moreno destacou a reforma da Previdência tem papel central. "Já venho ao Brasil há muitos anos e a diferença é que há dez anos ninguém falava da reforma da Previdência e ninguém queria fazê-la. Hoje todo mundo comenta", afirmou o presidente do BID. "Obviamente é uma decisão difícil que os brasileiros vão ter que tomar, mas é central para a questão fiscal brasileira", acrescentou
Moreno comentou que as eleições presidenciais deste ano, podem ser um risco ou não para a economia brasileira. "Quem vai determinar isso são os brasileiros", afirmou.
PIB mundial
Com relação à economia global, os economistas presentes no fórum, que terminou ontem em São Paulo, concordam que, embora a atividade esteja crescendo em ritmo desigual, o superaquecimento e o retorno às taxas de crescimento de décadas anteriores não são prováveis ou desejáveis. Em janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou as previsões de crescimento global para 3,9% em 2018 a 2019.
"O crescimento atual das economias avançadas, de 1% ou 2%, parece fraco comparado com os números do início do século, mas esse crescimento não era representativo e teve uma ligação direta com a crise financeira mundial", disse Hans-Paul Bürkner, presidente do Boston Consulting Group.
"Sempre usamos o período entre 2006-2009 como parâmetro, então todos os números parecem inferiores", diz Bürkner. "Vamos ser claros, isto foi instigado pelo crédito, pela fraude e pela ganância".
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do Brasil, concorda com análises de que o superaquecimento ainda não é uma preocupação, mas ressaltou que os agentes de mercado devem ser vigilantes. "Devemos monitorar o mercado para detectar os sinais de uma nova bolha", disse Meirelles, acrescentando que "crescimento repentino da inflação" também deve ser observado.
Fonte: DCI São Paulo