O menor ritmo de avanço dos custos com pessoal e com bens intermediários, assim como o acesso a fontes de crédito mais baratas para capital de giro, pôs um freio no crescimento do custo industrial no ano passado. Esse indicador subiu 0,6% em 2017 na comparação com o ano anterior, o menor avanço desde 2009, quando houve retração de 1,9% nos custos da indústria na esteira da recessão.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mostram que a redução do custo para as empresas tomarem capital de giro foi uma das principais contribuições na contenção dos custos do setor. Esse índice caiu 20,9% na média do ano, acompanhando a forte redução na taxa básica de juros da economia, a Selic.
A aquisição de bens intermediários importados também se mostrou um peso menor nos custos para a indústria no ano passado. Até o índice de custo tributário diminuiu 0,4% na média de 2017.
Os custos com pessoal, energia e bens intermediários de origem nacional foram os fatores que levaram a um aumento no índice no ano passado. Mas a CNI ressalta que os crescimentos foram “mais moderados” do que no passado.
Com o freio no aumento dos custos industriais, a lucratividade da indústria aumentou pelo segundo ano consecutivo, informa a CNI. Isso porque o avanço dos preços de produtos manufaturados subiu 1,6%, mais do que o custo do setor.
“Apesar da contenção dos custos industriais no ano, a indústria brasileira perdeu competitividade em 2017 tanto no mercado doméstico, na competição com produtos importados, quanto no externo”, ponderou a entidade. Já o preço dos manufaturados importados, em reais, caiu 7,7% na média de 2017 comparada a de 2016.
Fonte: Estadão Conteúdo