O movimento no comércio brasileiro encolheu 2,2% em maio na comparação com abril, segundo Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, divulgado ontem. O resultado foi o pior do ano e reflete os onze dias de paralisação dos caminhoneiros.
Segundo o levantamento, quando comparado ao mesmo mês do ano passado, o indicador apresentou um incremento na ordem dos 2,7%, a mais fraca comparação interanual desde janeiro. Mesmo assim, o acumulado do ano até maio deste ano registra expansão de 6,3% da atividade do varejo.
Para a consultora de varejo e professora de gestão da Universidade Paulista, Emília Cardoso, o resultado das vendas do varejo no primeiro semestre será decisivo para mensurar o comportamento do setor o ano. “Com as eleições e a Copa, o varejista buscava vender o máximo possível no primeiro trimestre, para poder ‘queimar’ uma ‘gordurinha’ caso houvesse algum problema macro político no segundo semestre”, disse ela, que completou: “Esse crescimento extra acabou sendo queimado ainda no primeiro semestre, com a greve.”.
Queda geral
Muito dependente do transporte terrestre, todos os segmentos do varejo sentiram o efeito da paralisação que se deu ate o dia 31 de maio. Como resultado –com exceção do setor de tecidos, vestuário, calçados e acessórios que subiu 0,1% – todos os setores avaliados pela Searasa apresentaram queda.
A maior delas se deu no segmento de veículos, motos, peças e acessórios (-10,3%); e da retração na casa dos 6,5% em combustíveis e lubrificantes. Além destes, maio de 2018 registrou variações de -1,0% em material de construção; -0,5% em móveis, eletroeletrônicos e informática; e -0,1% em supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas.
No acumulado maio, o segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática foi o que mais cresceu em comparação com o mesmo período do ano passado: 14,3%. O segmento de veículos, motos e peças registrou alta interanual acumulada de 3,8%. No campo negativo ficaram supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (queda de 0,9%), além de recuos de 7,8% no segmento de combustíveis e lubrificantes, 2,2% vestuário e 5,9% em materiais de construção.
Fonte: DCI