A inflação oficial do País avançou 0,40% em maio e fechou com o maior índice de 2018. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a variação é 0,18 ponto percentual maior do que a do mês de abril (0,22%). Entre as causas para o aumento está o impacto da paralisação dos caminhoneiros, que durou 11 dias no mês passado.
Os reflexos da greve foram sentidos principalmente no grupo de alimentação, que variou 0,32%. A cebola (32,36%) e a batata (17,51%) lideraram as altas. Os dois produtos estão entre os que mais encareceram durante o período – o quilo dos dois itens chegou a ser encontrado nos supermercados da região por R$ 7,99.
“Todos os cálculos tiveram que ser refeitos por conta da manifestação, que não estava prevista. Principalmente os dos alimentos, que estavam com inflação em queda e, neste mês, por conta do episódio, tornaram-se vilões. Como é um item de primeira necessidade, não tem como abrir mão, assim como os combustíveis, que também pesaram no bolso”, analisou Ricardo Balistiero, economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
O grupo de transportes, que inclui os combustíveis, teve alta de 0,40%. O óleo diesel foi o que mais encareceu, 6,16%, seguido da gasolina, 3,34%. O etanol, por sua vez, teve queda de 2,73%.
O grupo que apresentou a maior variação foi o da habitação (0,83%), puxado pela tarifa de energia elétrica, que subiu 3,53% no mês por conta da bandeira tarifária amarela, que vigora desde o início de maio. Além disso, também foi registrada variação no gás encanado (0,91%) e na taxa de água e esgoto (0,27%). Dentro do grupo, o IBGE também passou a incorporar a mão de obra para pequenos reparos (- 0,10%).
Apesar da alta mensal, de janeiro a maio ainda se tem o menor índice desde a implantação do Plano Real, em 1994, com taxa de 1,33%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador acelerou para 2,86%, mesmo percentual de janeiro (veja mais informações sobre os índices mensais e dos últimos 12 meses ao lado). “Foi a maior taxa do ano porque as anteriores estavam muito baixas. Por causa da crise, o Brasil passou a conviver com taxas mensais historicamente baixas, então esta alta ainda não é preocupante ”, disse o professor de Economia e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica Pedro Raffy Vartanian.
Fonte: Diário do Grande ABC