O mercado financeiro espera que a taxa básica de juros, a Selic, continue nos atuais 6,5% ao ano após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de amanhã (20) e até o final de 2018.
Por outro lado, com as incertezas na economia e na política no Brasil, os analistas consultados pelo Banco Central (BC) pioraram, pela quinta vez seguida, suas estimativas para a inflação oficial deste ano. Esses dados foram divulgados ontem (18) pela autoridade monetária no relatório Focus.
De acordo com o documento, a previsão dos economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no fechamento de 2018, passou de 3,82% para 3,88%, na comparação com a mediana das estimativas divulgadas na semana passada. Da mesma forma, a perspectiva para 2019 passou de 4,07% para 4,10%, revisão para cima pela terceira vez seguida.
Apesar dessa piora, as projeções, se confirmadas, mostram que a inflação continuará dentro da meta estabelecida para este ano e o próximo.
Mesmo assim, o Focus revela que a avaliação dos entrevistados pelo BC é de que, em 2019, a Selic volte a subir e termine em 8% ao ano
Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) - também reflexo das incertezas, principalmente depois da greve de 11 dias dos caminhoneiros -, os analistas aguardam que o indicador irá crescer 1,76%, ante 1,94% anunciado no documento da semana passada. Há um mês, essa previsão era de expansão de 2,50%. Para 2019, o prognóstico também recuou: de avanço de 2,80% para alta de 2,70%. Há um mês, a mediana era de +3%.
Do lado da oferta, a produção industrial deve crescer 3,50% no acumulado de 2018, contra 3,51% previstos anteriormente, na análise dos economistas consultados pelo BC. Em 2019, a perspectiva seguiu em avanço de 3,20%.
Câmbio
Os analistas revisaram, de R$ 3,50 por dólar para R$ 3,63, a estimativa para a taxa de câmbio ao final deste ano. Essa mudança veio após a forte volatilidade das últimas semanas, que fez com que o Banco Central fizesse uma série de intervenções no período. A cotação chegou a atingir R$ 3,80 na semana passada.
O relatório Focus desta segunda-feira mostrou, ainda, que para o ano que vem, a projeção do mercado financeiro também subiu: de R$ 3,50 por dólar para R$ 3,60.
Fonte: DCI