O Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 104 pontos em janeiro, um aumento de dez pontos em relação a dezembro (94) e de 27 frente a janeiro de 2018, quando havia anotado 77 pontos.
Além disso, essa é a primeira vez que o levantamento sobe dez pontos de um mês para outro desde que começou a ser feito, em 2005.
O INC varia entre zero e 200 pontos; o intervalo de zero a 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. A margem de erro é de três pontos. A pesquisa foi realizada no período entre os dias 16 e 25 de janeiro.
“É um crescimento que surpreende bastante, tanto em termos mensais quanto anuais. Sem dúvida alguma, reflete o otimismo dos brasileiros com o novo governo. Contudo, como é natural que a população dê um voto de confiança grande no início dos mandatos, é preciso que o governo confirme o otimismo por meio de ações práticas, concretizando as promessas feitas em campanha”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
O levantamento também identificou que caiu a média de desempregados conhecidos pelos entrevistados. Em janeiro, cada respondente afirmou conhecer, em média, 4,6 pessoas que foram demitidas nos últimos seis meses.
Em dezembro, esse indicador foi 4,7 e, em janeiro do ano passado, 5,1. “Os números estão em concordância com os dados oficiais do IBGE, o que reforça que a geração de emprego é um fato preponderante para que o brasileiro recupere a confiança com a economia”, comenta Alencar Burti.
Diferença por região
O Sul é a região mais otimista do País, com uma confiança de 123 pontos. Em dezembro, eram 117. O motivo está no fato dessa ter sido a região que mais votou proporcionalmente no presidente eleito, além das boas perspectivas em torno da safra de soja.
Razões parecidas fizeram com que as regiões Norte/Centro-Oeste e Sudeste também crescessem bastante. Enquanto a confiança da primeira subiu de 85 para 104 entre dezembro e janeiro, na segunda o índice saltou de 97 para 109 no mesmo período.
O Nordeste, por sua vez, é a única região que ainda não ultrapassou a barreira do otimismo, tendo ficado com 84 pontos em janeiro, praticamente igual a dezembro (82). Além de ter sido a região que menos votou proporcionalmente no presidente eleito, o Nordeste ainda sofre com a crise de segurança pública, em especial no estado do Ceará.
Pontuação por classes
No recorte por grupos socioeconômicos, a classe C é a mais otimista, com 105 pontos de confiança em janeiro contra 96 em dezembro. Atrás, aparece a classe AB, com 104 pontos (92 em dezembro) e, em seguida, a classe DE, com 93 pontos em janeiro frente a 83 pontos em dezembro passado.
Assim como no Nordeste, o que motiva a classe DE a estar menos confiança – também não ultrapassando a barreira dos 100 pontos – é a desconfiança com o novo governo, em especial, o medo de que benefícios sociais sejam cortados.
Fonte: DCI