O Brasil deve retomar neste ano embarques de cerca de 150 mil toneladas de carne bovina in natura e processada à Rússia, nível observado há dois anos, antes dos efeitos de um embargo imposto pelo país euroasiático, projetou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
De acordo com a entidade, a expectativa é "de que novas plantas sejam habilitadas no decorrer deste ano e que as exportações para a Rússia voltem à normalidade".
O otimismo se dá após o Brasil exportar em janeiro 3,1 mil toneladas de carne à Rússia, segundo dados do governo compilados pela entidade, um volume que representa quase metade de tudo o que o país enviou aos russos em 2018 (7,5 mil toneladas).
Moscou impôs um embargo às carnes bovina e suína do Brasil no fim de 2017, alegando a presença do aditivo ractopamina, proibido por lá, em alguns lotes desses produtos. As restrições começaram a ser retiradas em novembro do ano passado.
De acordo com a Abrafrigo, até o momento apenas nove plantas processadoras de carnes estão novamente autorizadas a exportar para a Rússia, sendo cinco de bovinos e quatro de suínos. Antes do embargo, 30 podiam exportar carne bovina e 18, suína.
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carnes do mundo, e o reaquecimento dos negócios com a Rússia, um antigo parceiro comercial neste segmento, anima as indústrias.
Segundo a Abrafrigo, para 2019 a previsão é de que a exportação de carne bovina in natura e processada cresça 5% em relação ao ano de 2018. Em dezembro, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) estimou vendas recordes neste ano.
Em janeiro, os embarques totalizaram 123,5 mil toneladas, praticamente estável ante as 123,7 mil toneladas de um ano atrás, mas com receita 12% menor, na casa de US$ 457,3 milhões.
Pelos dados informados pela Abrafrigo, a China continua sendo o maior cliente do produto brasileiro, absorvendo 41,4% de toda a exportação, mas em janeiro Hong Kong reduziu suas importações em 27%, para 27,6 mil, enquanto a parte continental aumentou seus negócios em 3,3%, para 23,5 mil toneladas.
Além disso, no ano passado, o Egito foi o segundo maior comprador, com 14,1 mil toneladas (+10%) e o Chile o terceiro, com cerca de 6,6 mil toneladas (-6,4%).
Fonte: DCI