Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que a quantidade de pessoas jurídicas negativadas em junho apresentou alta 4,02% frente igual período do ano passado.
O número é superior ao que foi constatado no mês de maio (2,90%) e o maior desde março deste ano, quando havia crescido 3,30%. Na comparação mensal – entre maio e junho deste ano, sem ajuste sazonal – houve uma alta de 1,55% no volume de empresas com alguma conta em atraso. De acordo com a apuração da CNDL e SPC Brasil, esta foi a maior alta mensal desde novembro do ano passado, quando o crescimento observado foi de 2,17%.
A região Sudeste lidera o crescimento da inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 6,60%, a variação mais elevada entre os locais pesquisados. Em seguida aparecem, na ordem, as regiões Sul, que registrou avanço de 2,64% na mesma base de comparação, Centro-oeste (1,81%), Norte (1,16%) e Nordeste (0,75%).
Outro indicador também mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. O crescimento também foi superior ao dos meses anteriores: alta de 1,23% em junho frente o mesmo período do ano passado. Nessa base de comparação, foi a primeira alta após três meses de recuos.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar Costa, o crescimento econômico em ritmo abaixo do que era esperado tem impactado a capacidade de pagamento das empresas. “Com o mercado de trabalho demorando para reagir e a capacidade ociosa das indústrias em níveis elevados, as empresas vêm enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos”, analisa Costa. Para os próximos meses, acrescenta ele, o movimento da inadimplência de pessoas jurídicas vai depender da evolução do crédito e da atividade econômica, que ainda avança de maneira lenta.
Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas do número de empresas negativadas ficaram com os ramos de serviço, que apresentou crescimento de 6,44% no período. Já o setor do comércio teve alta de 2,03% na quantidade de atrasos, enquanto as indústrias avançaram 1,51%.
No geral, 70% das empresas inadimplentes devem para o setor de serviços, que engloba bancos e financeiras. O comércio responde por 17% dos setores credores, enquanto as indústrias por 12%.
Fonte: DCI