Um estudo feito por técnicos do Ministério da Economia propõe retomar a cobrança de impostos sobre alguns produtos consumidos mais pelas classes média e alta —como peixes, queijos, iogurtes e leite condensado.
Com a medida, seria possível arrecadar R$ 1,2 bilhão e destinar esse dinheiro ao programa Bolsa Família, ajudando a reduzir a pobreza e a desigualdade, segundo a Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria.
A partir de 2004, o governo deixou de cobrar impostos sobre produtos considerados parte da cesta básica do brasileiro. O objetivo era reduzir o custo de vida da população de baixa renda. Porém, segundo o estudo, isso acaba beneficiando famílias mais ricas, porque inclui diversos produtos consumidos mais pelas classes média e alta.
Atualmente a desoneração da cesta básica é um dos maiores subsídios tributários do Governo Federal. Em 2018, que representa uma perda de arrecadação estimada em R$ 15,9 bilhões.
Confira abaixo itens que podem ser taxados e ficar mais caros se a sugestão da equipe econômica for implementada:
Queijos
· Muçarela
· Minas
· Prato
· Parmesão
· Ricota
· Gorgonzola
· Cheddar
· Brie
· Camembert
Outros derivados de leite
· Requeijão
· Iogurte
· Chantili
· Leite condensado
· Cream cheese
Peixes
· Corvina
· Salmão
· Pescada
· Merluza
· Cação
· Pescada
· Atum
· Tilápia
Aves
· Peru congelado
· Pato
· Codorna
Café
· Cappuccino solúvel
· Café com leite em pó
· Café com leite solúvel
Bolsa Família mais eficiente
O estudo também aponta a ineficiência geral da política de corte de impostos sobre a cesta básica. Segundo a equipe técnica do Ministério da Economia, em 2017, os 20% mais pobres se beneficiam de apenas 2,6% do valor total que o Estado deixou de arrecadar, enquanto 59,1% da isenção de impostos acabou recaindo sobre produtos consumidos pelos 20% mais ricos.
Por outro lado, o programa Bolsa Família consegue ser mais eficiente na distribuição de riqueza, pois, em 2017, 69,6% dos recursos do programa foram para os 20% mais pobres e 86,7% para pessoas com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo em 2017.
Os dados foram divulgados no boletim mensal sobre subsídios da União, publicado na última quarta-feira (25).
Fonte: Uol