O volume do setor de serviços registrou queda de 0,2% em agosto, na comparação com o mês anterior, após avançar 0,7% em julho, segundo divulgou nesta sexta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do quinto resultado mensal negativo no ano, reforçando a leitura de maior fraqueza da economia 2019.
Na comparação com agosto do ano passado, a queda foi ainda maior, de 1,4% – a quarta taxa negativa no ano.
"No acumulado do ano, os serviços avançaram 0,5%, mas com ligeira perda de dinamismo frente aos primeiros sete meses de 2019 (0,8%). No acumulado dos últimos doze meses, ao avançar 0,6%, o setor perde ritmo em comparação a junho (0,7%) e a julho (0,9%)", informou o IBGE.
“A variação negativa de 0,2% é moderada, mas as cinco taxas negativas foram mais intensas do que as positivas, fazendo o setor de serviços ficar 1,5% abaixo do nível de dezembro de 2018”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo
Considerando toda a série histórica, iniciada em 2011, o volume de serviços do país ainda se encontra 12,1% abaixo do recorde, alcançado em novembro de 2014.
Desempenho por setores
Na passagem de julho para agosto, houve queda em 3 das cinco atividades, com destaque para o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,9%), que elimina integralmente o ganho de 0,8% acumulado entre junho e julho.
Vaja a variação do volume de serviços em agosto, por atividade:
· Serviços prestados às famílias: -1,7%
· Serviços de alojamento e alimentação: -2%
· Outros serviços prestados às famílias: -1,8%
· Serviços de informação e comunicação: 0,4%
· Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 0,4%
· Telecomunicações: -0,6%
· Serviços de tecnologia da informação: 1,7%
· Serviços audiovisuais: 2,2%
· Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,5%
· Serviços técnico-profissionais: -1,6%
· Serviços administrativos e complementares: 0,2%
· Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,9%
· Transporte terrestre: -1,3%
· Transporte aquaviário: 0,3%
· Transporte aéreo: -5,2%
· Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,8%
· Outros serviços: -2,7%
Recuperação lenta e perspectivas
Os indicadores econômicos já divulgados sobre o mês de agosto mostram um desempenho misto da economia, reforçando a leitura de recuperação ainda lenta da economia, em meio ao desemprego ainda alto, fraca demanda, estoques elevados e de incertezas para novos investimentos.
A produção industrial cresceu 0,8% em agosto, interrompendo 3 meses seguidos de queda, conforme divulgado na semana passada. No ano, entretanto, o setor ainda acumula queda de 1,7%.
Já as vendas do varejo ficaram praticamente estáveis, com variação de 0,1% em agosto, na comparação com o mês anterior. Em 12 meses, entretanto, houve desaceleração, com a alta acumulada passando de 1,6% em julho para 1,4% em agosto.
A taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 11,8 % no trimestre encerrado em agosto, atingindo 12,6 milhões de pessoas.
A projeção do mercado financeiro para estimativa de alta do PIB deste ano permanece em 0,87%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, ainda abaixo do ritmo de crescimento de 1,1% registrado em 2017 e 2018. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB continua em 2%.
Fonte: G1 - Economia