Quebra-cabeça, dominó, xadrez, tabuleiros e jogo da memória fazem parte das lembranças e recordações da infância e nos presentes do Dia das Crianças. Com o passar dos anos e a própria transformação digital, os brinquedos e brincadeiras também passaram por um processo de transição e adaptação.
O jogo de tabuleiro, hoje, pode vir com um aplicativo de realidade virtual para interação da criança com as peças e personagens. Mas afinal, quais as mudanças na fabricação e criação desses produtos? E as crianças?
Embora os tempos atuais estejam mais direcionados a facilidades de aquisição de jogos eletrônicos e smartphones, existe uma demanda cada vez maior dos pais a mudar esse quadro ao adquirir brinquedos com estilo mais clássico e educativo para os filhos.
Porém, pais estão cada vez mais atentos a comprar brinquedos para crianças até 10 anos de idade que possam desenvolver a parte motora, a percepção do tempo, noção de espaço e desenvolvimento cognitivo, como o aperfeiçoamento de habilidades e competências mentais.
Além disso, brinquedos também podem desenvolver as aptidões da criança, como os de química, engenharia e construção, além daqueles que exploram o conhecimento e a curiosidade e estão entre os brinquedos mais vendidos.
Aires José Leal Fernandes, Diretor de Marketing da Estrela há mais de 20 anos, aponta a influência das transformações da História na construção dos brinquedos. “Todo e qualquer brinquedo ele representa e devolve para a sociedade tudo que ela está vivendo em questão de moda, movimentos sociais, tecnologias. É um caldeirão cultural, que se transforma e devolve em forma de brinquedo tudo aquilo que a sociedade está respirando e vivenciando”, afirma.
Com o desenvolvimento da indústria termoplástica e da eletrônica, os brinquedos pegam carona na inovação e incorporam novas funcionalidades e atrativos. Com o advento da informação na palma da mão, a criança determina não só o que ela quer consumir, mas como ela quer consumir, diz Aires.
“O que a gente tem feito é que muitos brinquedos clássicos estão sendo repaginados com tecnologia, como o Detetive. Hoje, ele tem um aplicativo, que a partir do QR Code, você vai jogando com o tabuleiro e, de repente, recebe uma ligação sobre detalhes do crime. Nós trazemos a convergência do mundo digital para o mundo físico para dar uma repaginada, uma nova atração para essa criança”, comenta o executivo.
Brinquedos e transformação digital
Na onda das inovações, uma das novidades em brinquedos para o Dia das Crianças é o Rizmo, um bichinho disforme e com vida própria. A partir da interação com a criança, o brinquedo se desenvolve, canta com ela e evolui, se tornando um boneco maior e com outra forma e coloração.
Outro lançamento recente é o Aquabitzz, da Ri Happy, idealizado exclusivamente para o Dia das Crianças, mas com pegada tecnológica. O brinquedo interage com slime, possui aplicativo e incentiva o brincar por todo país com criaturas do mar. Para brincar, basta posicionar o bico do aplicador no local de entrada de cada criatura e, ao injetar o slime, ocorre um vazamento e começa a diversão.
“Fizemos uma pesquisa em março desse ano para testar o Aquabitzz com crianças entre seis a dez anos. O resultado foi um sucesso: a relação com o fundo do mar e acúmulo de informações, a possibilidade de juntar com outros tipos de brincadeiras, a interação com o slime e a estética lúdica dos personagens permitiram uma experiência nova para as crianças”, conta a sócia-diretora da Play, consultoria especializada em crianças, Ana Amélia de Cesaro.
O produto também conta com a parte tecnológica, através do aplicativo gratuito Ri Happy Aquabitzz, disponível para IOS e Android. Para Sandra Haddad, diretora comercial da Ri Happy, a função do brinquedo sempre vai ser impulsionar e estimular o desenvolvimento da criança.
“O brinquedo é muito importante no estímulo infantil e isso vai continuar no futuro. Vamos evoluir na nossa transformação digital, com possibilidade de comprar no site e retirada nas lojas físicas por todo país, serviço de prateleira infinita, investimento na aceleração do e-commerce (incluindo marketplace) e lançamentos inovadores como o programa de fidelidade “Meu Solzinho” – por comando de voz no Google Assistente. Nosso foco sempre será no nosso cliente e sem perder a essência do brincar”, comenta.
Ainda hoje, os jogos interativos em formato mais clássico – aqueles de tabuleiro como Banco Imobiliário, Detetive e diversos títulos que estimulem a criatividade em um grupo – são campeões de vendas, de acordo com o executivo.
“O brinquedo apresenta o mundo para a criança e faz com que ela seja treinada para ser um adulto melhor no futuro. Isso demonstra que os brinquedos atuais mais vendidos não se referem apenas àqueles que têm alto impacto tecnológico, mas sim os que apresentam formas de integrar pessoas e manter a relação sempre em atividade”, finaliza.
Fonte: Consumidor Moderno