Os economistas do mercado financeiro reduziram, pela nona semana seguida, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e também revisaram para baixo sua estimativa de inflação, que ficou próxima ao piso do sistema de metas, de 2,5%.
Para o PIB de 2020, a previsão era de uma queda de 1,18% e passou a uma contração maior: de 1,96%.
As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Apesar da nova queda, a previsão do mercado para a contração do PIB brasileiro em 2020 ainda está abaixo da divulgada neste domingo (12) pelo Banco Mundial, que estima um tombo de 5% para a economia brasileira.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A nova redução da expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.
Nas últimas semanas, tanto o Ministério da Economia quanto o Banco Central também revisaram suas estimativas e passaram a prever estabilidade (sem alta, mas também sem contração) do PIB neste ano.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
Para o próximo ano, a previsão do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 2,50% para 2,70%.
Inflação perto do piso
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 2,72% para 2,52%. Foi a quinta redução seguida do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.
Com isso, a previsão do mercado para a inflação deste ano se aproximou do piso da meta (2,5% em 2020).
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação estável em 3,50%.
No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Outras estimativas
Taxa de juros: o mercado manteve a previsão para a taxa Selic no fim de 2020 em 3,25% ao ano. Atualmente, a taxa de juros está em 3,75% ao ano. Para o fechamento de 2021, a expectativa do mercado para a taxa Selic passou de 4,75% para 4,50% ao ano ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem, mas em menor intensidade.
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,50 para R$ 4,60 por dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,40 por dólar para R$ 4,47 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 subiu de US$ 34,10 bilhões para US$ 35 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 35 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, recuou de US$ 76,50 bilhões para US$ 73 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 80 bilhões.
Fonte; G1