O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) caiu 33,7 pontos em abril, para 55,8, menor nível da série histórica iniciada em 2001 e 12,2 pontos abaixo do mínimo anterior, registrado em setembro de 2015 (68 pontos).
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
O índice que retrata a situação corrente dos negócios (ISA-E) recuou 30,4 pontos em abril, para 61,5, o menor nível da série histórica, retratando forte insatisfação com o momento atual da economia. O Índice de Expectativas (IE-E) cedeu 36,2 pontos, para 51,5, também o mínimo da série, mostrando pessimismo com relação ao futuro próximo.
Pelo segundo mês consecutivo o IE-E fechou abaixo do ISA-E, resultado influenciado por previsões muito pessimistas para os próximos três meses.
O Indicador de Demanda Prevista (três meses) caiu a 36,9 pontos e o Indicador de Emprego Previsto (idem) recuou a 50,7 pontos. O único componente do IE-E que mira no horizonte de seis meses, o Indicador de Expectativas com a Situação dos Negócios, recuou a 59,0 pontos, valor não muito distante do nível do ISA-Empresarial.
A confiança de todos os setores integrantes do ICE despencou em abril.
As maiores quedas ocorreram nos setores da Indústria e Serviços, com recuos de 39,3 e 31,7 pontos, respectivamente, seguidos do Comércio e Construção, com variações negativas de 26,9 e 25,8 pontos. Em todos os setores houve deterioração da situação atual e das expectativas. A maior queda do ISA ocorreu no Comércio (33,5 pts.), e a maior piora nas expectativas ocorreu na Indústria (46,6 pts.).
Difusão
A confiança recuou em todos os 49 segmentos integrantes do ICE em abril, um número ainda superior aos 40 do mês anterior (82%). Neste mês, todos os segmentos da Indústria e Construção recuaram, juntando-se ao Comércio e aos Serviços, que já apresentavam queda de 100% dos segmentos em março.
"A crise de saúde e seu reflexo sobre a economia levaram os índices de confiança a despencar em abril. Chama atenção o fato de as expectativas em relação aos três meses seguintes estarem ainda piores do que as avaliações sobre a situação atual, num mês em que o nível de utilização da capacidade na indústria recuou ao menor valor dos últimos 20 anos e em que boa parte dos setores do comércio e de serviços estiveram de portas fechadas", diz Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, em comentário no relatório.
"Enquanto houver esta combinação de nível de atividade extremamente baixo e de elevadas incertezas quanto ao futuro, infelizmente, a confiança empresarial continuará muito baixa", acrescenta.
Fonte: G1