As vendas para o Dia das Mães, celebrado domingo, caíram até 70% no comércio da região em relação ao mesmo período do ano passado. Isso porque os estabelecimentos permaneceram fechados ao público em razão da quarentena causada pelo avanço do coronavírus e, mesmo oferecendo produtos via delivery ou drive-thru, acabaram perdendo o faturamento da segunda data mais importante do ano para o setor – perde para o Natal.
O cenário foi observado pelo presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Diadema, José Roberto Malheiro. “É difícil comparar, até pelo cenário de lojas e shoppings quase que totalmente fechados, mas acreditamos que as vendas ficaram bem abaixo (do normal) mesmo, próximo de zero. Só não foi um tombo total por causa das compras via internet (sites e aplicativos, por exemplo)”, afirmou.
“(O resultado) Foi ruim, alguns setores foram mais prejudicados, porém, foi negativo de modo geral, ainda que dentro do esperado”, avaliou Pedro Cia Junior, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), cuja estimativa é de 40% de retração em relação a 2019. “Os setores mais afetados são os de vestuário e calçados, porque as pessoas costumam ir até as lojas para ter ideias, ver cores e tamanhos. Outros segmentos conseguem atuar melhor via delivery ou drive-thru (disponibilizado por alguns shoppings)”, completou.
Cia Junior destacou, ainda, que outro impacto é na geração de empregos. “É um impacto não apenas no faturamento dos comerciantes, mas também na contratação de temporários, comum nesta época.”
Segundo Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), a projeção é que as vendas tenham caído 15% e, ainda que o percentual seja mais baixo, significou “dura queda”. “Essa oscilação é considerada baixa, mas também seguiu a queda da demanda natural em função dessa crise que estamos vivenciando e o comércio é um dos setores que sentiram diretamente.”
O Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) não estimou os impactos no ramo de alimentação. Contudo, Beto Moreira, presidente da entidade, assinalou que a quarentena formou cenário “desastroso” para o segmento. “Restaurantes e bares, que tinham por tradição oferecer um cardápio especial na data, tentaram seguir o mesmo esquema, mas por delivery. Isso para os que conseguiram adotar essa plataforma”, disse.
Conforme publicado pelo Diário, a PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo projetou que, nas sete cidades, as vendas iriam cair 30%, o equivalente a R$ 36 milhões de perdas, reduzindo de R$ 129 milhões no Dia das Mães de 2019 para R$ 93 milhões neste ano. O montante é o menor desde 2012, quando foi feita a primeira pesquisa.
As demais associações comerciais não retornaram até o fechamento desta edição. A equipe de reportagem questionou shoppings sobre vendas e procura pelo drive-thru, porém, os estabelecimentos não divulgaram os números.
Fonte: Diário do Grande ABC