Banco Central revisa estimativa de aumento do crédito bancário em 2020 de 4,8% para 7,6%

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Com a pandemia do novo coronavírus e medidas para estimular o crédito, os empréstimos bancários devem registrar um crescimento maior em 2020. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Banco Central no relatório de inflação do segundo trimestre.

No documento, o BC informa que a previsão de aumento do crédito bancário passou de 4,8% para 7,6% neste ano. Assim, a instituição passa a estimar uma aceleração em 2020, com uma alta maior do que a registrada no ano passado - que foi de 6,5%.

 

Segundo a instituição, a previsão de alta do crédito para as empresas em 2020 passou de 0,6% para 10%. A estimativa de crescimento dos empréstimos para pessoas físicas, por sua vez, recuou de 7,8% para 5,8% em 2020.

"Essa revisão incorpora os efeitos do aumento acentuado na demanda das empresas por crédito, refletindo o comportamento precaucional ante o aumento das adversidades impostas pela pandemia da Covid-19 e a necessidade de caixa da grande maioria das empresas decorrente da queda nas vendas", informou o BC.

 

Nos últimos meses, em meio à pandemia, o Banco Central vem adotando medidas para liberar recursos às demais instituições financeiras e elevar os empréstimos bancários às empresas.

Em um primeira rodada de ações, anunciada em março, foram liberados R$ 1,2 trilhão em liquidez e capital para as instituições financeiras.


Mais recentemente, nesta semana, outros R$ 200 bilhões foram autorizados. Mesmo com essas medidas, a falta de crédito para pequenas e médias empresas é uma das principais reclamações dos empresários durante a crise do novo coronavírus. 
O BC informou que o volume de crédito bancário para as empresas subiu em março e em abril deste ano.

 

A explicação do Banco Central é que, apesar de o crédito para as pequenas e médias empresas do país estar "fluindo", a demanda por empréstimos durante a pandemia tem sido superior à oferta, e que, por isso, os bancos não estão conseguindo satisfazer o "surto" de demanda por crédito.


De acordo com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, se a instituição não tivesse adotado medidas para aumentar a liquidez dos bancos, a previsão para o crédito bancário neste ano teria recuado.

"Em um momento de disrupção tão grande como esse, demanda é maior do que o sistema consegue oferecer, mesmo com as medidas do BC. Há um sentimento por parte da pequenas e médias é que a demanda é maior do que tinham habitualmente. Fizemos um segundo grupo de medidas, direcionado a pequenas e médias empresas", declarou.

 

Crédito emergencial


Ao mesmo tempo em que o BC estimula o crédito bancário, o Ministério da Economia já anunciou três linhas de crédito emergenciais, com a utilização de fundos públicos para garantir parte de eventuais perdas pelos bancos.

 

Entretanto, as regras do crédito emergencial têm sido criticadas pela demora na regulamentação, por não assumirem todas as possíveis perdas das instituições financeiras, e por exigirem muitas garantias dos empresários neste momento de dificuldades.

 

- uma das linhas de crédito disponibiliza um total de R$ 40 bilhões, com juros de 3,75% ao ano, mas só pode ser acessada caso as empresas não demitam os trabalhadores. Os recursos são depositados direto nas contas dos funcionários. Como a adesão foi baixa até o momento, com R$ 4,05 bilhões em crédito contratados, ela será reformulada.


- outra é o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A linha de crédito foi sancionada pelo presidente da República em 19 de maio, para capital de giro (despesas como água, luz, aluguel, reposição de estoque, entre outras), com possibilidade de emprestar até R$ 18 bilhões. Os juros são de 1,25% ao ano, mais a taxa Selic (atualmente em 3% ao ano). Os primeiros bancos, como a Caixa, começaram a operar a linha de crédito somente na semana passada.


- a terceira é a linha de crédito para pequenas e médias empresas, fruto da MP 975, que ainda não não pode ser encontrada nos bancos pois ainda precisa ser regulamentada. A ideia é atender empresas que empregam 3,3 milhões de trabalhadores. O governo busca começar a disponibilizar os valores no fim deste mês.

 

 

Fonte: G1

 


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