O aumento do desemprego resultante da pandemia do novo coronavírus atingiu de forma desigual os diversos setores da economia. Estudo divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os setores do comércio, construção e alimentação e alojamento foram os mais afetados no setor formal.
Entre os informais, os trabalhadores dos serviços domésticos foram os que mais sentiram os efeitos. Já o setor de administração pública, juntamente com o de agricultura, foi o menos impactado pela atual crise.
O estudo observou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), números do seguro desemprego e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Contínua (PNAD Contínua).
De acordo com o levantamento, na comparação interanual em abril, a população ocupada do setor de comércio diminuiu em 1,9 milhão; no setor de construção, em 1,4 milhão; a mesma coisa no setor de serviços domésticos; e em 1,2 milhão em alojamento e alimentação. "Em termos relativos, esses três últimos setores experimentaram quedas de, respectivamente, 22,7%, 22,6% e 21,4%", aponta o Ipea.
O estudo aponta ainda que, na agricultura e pecuária, o emprego formal registrou uma perda tímida - porém, ao encampar o emprego informal, "passa a revelar uma destruição expressiva de postos de trabalho, que a chega 537 mil na comparação interanual de abril (queda de 6,4%)".
Dados por pesquisa
De acordo com a PNAD Contínua, no trimestre terminado em abril de 2020, a população ocupada no país diminuiu 3,1 milhões quanto ao mesmo trimestre do ano anterior. Já os dados do Caged mostram no acumulado de 2020 um saldo negativo de mais de 700 mil empregos formais. "Esse comportamento é ditado, sobretudo, pelos resultados registrados a partir de março, quando é declarado o quadro de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus", aponta o Ipea.
O conjunto de medidas para conter a disseminação do novo coronavírus afetou fortemente a população ocupada no Brasil, principalmente a partir de abril deste ano. Houve, no entanto, maior relevância da redução das admissões que no aumento dos desligamentos para a queda no emprego formal na maior parte dos setores.
Fonte: G1