Presidente do BC vê aceleração da economia e estima alta do PIB maior que 4% em 2021

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (2) que o nível de atividade da economia brasileira terá um aceleração progressiva nos próximos trimestres, com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando a ter crescimento entre julho e setembro.

 

"No segundo trimestre, é como olhar no espelho retrovisor. Vemos a economia melhorando, estamos começando. Como estamos avançando, vamos diminuir a queda de 9,7% [do segundo trimestre]", disse, durante videoconferência da Bloomberg.

 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

 

  • A queda do PIB no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, foi a mais intensa desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996, por conta dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.


  • O resultado do PIB do 1º trimestre foi revisado de uma queda de 1,5% para um tombo maior, de 2,5%. Com dois trimestres seguidos de tombo, a economia brasileira entrou oficialmente em recessão.

 

Questionado sobre sua previsão para o PIB em 2021 e 2021, Campos Neto afirmou que a retração deve ficar próxima de 5% neste ano, e que o crescimento pode superar um pouco a marca dos 4% em 2021.

 

Sem citar números, ele estimou o terceiro trimestre já deve apresentar alta no PIB, retirando o país da recessão, mas acrescentou que há uma dúvida se o quarto trimestre vai ter crescimento maior ainda, ou se vai desacelerar "um pouco" por conta de gastos menores (com o auxílio emergencial, por exemplo).

 

O mercado financeiro estima um tombo de 5,28% neste ano e uma alta de 3,5% em 2021. Campos Neto observou que, nas últimas cinco semanas, as instituições financeiras têm melhorado as estimativas de queda do PIB no ano de 2020.

 

Na terça (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB do segundo trimestre teve queda recorde de 9,7%.

 

O presidente do BC avaliou que, por conta das limitações impostas pelo teto de gastos - mecanismo que contém a alta das despesas à inflação do ano anterior -, o crescimento da economia brasileira terá de ser baseado no setor privado, ao contrário do passado, quando outros governos buscaram expansão da economia com base em gastos públicos.


Taxa de juros


Questionado sobre o espaço para novas quedas na taxa básica de juros da economia, atualmente em 2% ao ano, a mínima histórica, Campos Neto, do BC, afirmou que "não há muito espaço, se houver [algum para uma nova redução na taxa Selic]". E completou: "é a decisão que vamos tomar [nas reuniões do Comitê de Política Monetária, que define o nível da taxa básica de juros]".

 

Na última reunião do Copom, ocorrida em agosto, o BC avaliou que o país já estaria próximo do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos (alta do dólar, por exemplo). Assim, a instituição indicou cautela sobre a possibilidade de novos cortes.

 

"O Comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas", informou o BC, na ocasião.

 

O mercado financeiro estima que taxa básica de juros permaneça no atual patamar de 2% ao ano até setembro do ano que vem, quando voltaria a subir, terminando 2021 em 2,88% ao ano.


Fonte: G1

 


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