A inflação calculada pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ficou em 3,28% em novembro, após ter registrado avanço de 3,23% em outubro, pressionada pelo avanço dos preços de commodities agropecuárias, segundo informou nesta sexta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas.
O indicador é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.
Com a nova aceleração, o IGP-M acumula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses.
Em novembro de 2019, o índice havia subido 0,30% e acumulava alta de 3,97% em 12 meses.
Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.
Negociação de contratos
Apesar da forte alta do IGP-M, locatários tem conseguido negociar reajustes menores em contratos de locação. Pesquisa do Secovi-SP mostra que em novembro o valor dos contratos fechados na cidade de São Paulo subiu 0,64% em relação a outubro.
O vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, Adriano Sartori, explica que a lei não obriga o reajuste. "É obrigatória a inserção de um índice de reajuste no contrato de locação. Entretanto, a aplicação ou não é uma prerrogativa do proprietário", diz.
"Locador e locatário podem chegar a um acordo que seja vantajoso para ambas as partes. Se o imóvel é ocupado por um bom inquilino, que sempre cumpriu em dia suas obrigações contratuais, o proprietário vai preferir negociar a ter de arcar com custos como condomínio e IPTU. E, ainda, ter de buscar um novo inquilino", explica.
Composição do índice
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem peso de 60% no IGP-M, subiu 4,26% em novembro, ante 4,15% em outubro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,74% em novembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,84%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no IGP-M, variou 0,72% em novembro, ante 0,77% em outubro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram recuo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (3,10% para 1,44%).
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que tem peso de 10% no indicador, subiu 1,29% em novembro, ante 1,69% no mês anterior. Os seus três grupos componentes registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (4,12% para 2,85%), Serviços (0,33% para 0,73%) e Mão de Obra (0,19% para 0,24%).
Maiores influências de alta no mês
Ao produtor:
Soja: 11,91%
Milho (em grão): 21,85%
Farelo de soja: 21,26%
Bovinos: 7,40%
Batata-inglesa: 47,83%
Ao consumidor:
Passagem aérea: 11,70%
Gasolina: 1,93%
Tomate: 19,32%
Batata-inglesa: 32,23%
Etanol: 7,75%
Na construção:
Vergalhões e arames de aço ao carbono: 5,05%
Tubos e conexões de ferro e aço: 7,87%
Esquadrias de alumínio: 5,91%
Condutores elétricos: 9,82%
Cimento Portland comum: 3%
Fonte: G1