O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,0 pontos em novembro, para 145,8 pontos. A alta interrompe uma série de seis quedas consecutivas iniciada em maio deste ano, logo após o indicador chegar ao seu pico histórico, no mês anterior.
O indicador ainda está 30,7 pontos acima do nível de fevereiro passado (último mês antes da chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil) e 9,0 pontos acima do nível máximo anterior à pandemia, alcançado em setembro de 2015.
"A alta da incerteza em novembro foi motivada pelo aumento do componente de mídia, que mede o nível de incerteza através da frequência de notícias com menção à incerteza nos principais veículos de imprensa nacionais. Este repique tem respaldo nas especulações em torno de uma segunda onda da covid-19 no Brasil, e suas consequências econômicas", diz Anna Carolina Gouveia, economista da FGV, em comentário no relatório.
"O componente que mede a dispersão de Expectativas voltou a recuar, mas permanece 75 pontos acima do período pré-pandemia, refletindo a enorme dificuldade encontrada por especialistas de mercado em fazer previsões econômicas para os próximos 12 meses. Finalmente, o IIE-Br parece caminhar para finalizar o turbulento ano de 2020 em patamar extremamente elevado e com pouca sinalização de retorno a patamares mais confortáveis no curto prazo", acrescentou.
Os dois componentes do Indicador de Incerteza caminharam em direções opostas em novembro. O componente de Mídia subiu 3,6 pontos, para 129,6 pontos, após recuar por seis meses consecutivos, contribuindo positivamente em 3,1 pontos para a alta do indicador geral no mês. Já o componente de Expectativas contribuiu negativamente em 1,1 ponto para o comportamento do IIE-Br, ao recuar 2,3 pontos, para 192,0 pontos.
Fonte: G1