Alimentos in natura mais baratos derrubaram a inflação no varejo na cidade de São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) avançou apenas 0,06% até a segunda quadrissemana de outubro, após subir 0,34% na quadrissemana anterior.
Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, o cenário não foi diferente nas outras seis capitais pesquisadas pela fundação: todas apresentaram decréscimos na taxa variação de preço, beneficiadas pela deflação dos alimentos in natura.
No caso de São Paulo, a despencada do IPC-S foi causada principalmente pela mudança nos preços de hortaliças e legumes (de 0,87% para -2,25%); e em frutas (de 3,68% para -3,39%). "Se excluíssemos os alimentos in natura do cálculo do IPC-S da capital paulista, o índice teria subido 0,27% e não 0,06%", acrescentou Braz.
O mesmo ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. Houve intensificação da deflação nos preços de hortaliças e legumes (de -0,85% para -3,43%); e frutas (de -1,02% para -8,41%). Isso levou à desaceleração na inflação do varejo na cidade, no mesmo período (de 0,17% para 0,10%).
Para o economista da FGV, esse cenário não deve permanecer por muito tempo. De acordo com ele, as quedas de preços dos in natura já atingiram seu auge, e não deve atingir taxas negativas tão expressivas, nas próximas apurações do IPC-S. Ou seja, a inflação nas capitais deve acelerar, nas próximas apurações do índice. "O mais provável é que, no caso de São Paulo, a inflação fique em torno de 0,30%, sem o impacto de preços dos in natura", afirmou o economista.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ