Oferta de café está baixa

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Colheita do grão já entra na fase final. Mesmo assim, produtores seguram produto à espera de melhor preço

 

Os produtores de café estão na reta final de colheita da safra 2008/2009. A oferta do produto, no entanto, ainda é restrita. Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) avaliam que o setor está capitalizado e segura a oferta, "no aguardo de preços maiores".

 

Conforme o Cepea, o setor produtivo tem à disposição diversas formas de apoio, como as Cédulas de Produto Rural (CPRs), que são vendas futuras com garantia bancária. Como a entrega da CPR ocorre principalmente entre setembro e outubro, o produtor concentra esforços no preparo desses cafés, esvaziando a venda no mercado físico.

 

Mesmo com a retração vendedora, o indicador de preço do Cepea para o café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, caiu 0,66% em agosto, em relação ao mês anterior. O preço médio da saca ficou em R$ 248,86, posto em São Paulo, ante R$ 250,52 em julho.

 

Os altos custos de produção, avalia o Cepea, reforçam o pouco interesse de venda no mercado físico. O gerente comercial da Cooperativa dos Cafeicultores de São Sebastição do Paraíso (Cooparaíso), no sul de Minas, Marlon Braga Petrus, informa que os produtores estão preocupados com os preços dos fertilizantes, que subiram muito nos últimos tempos, e com o valor da saca, que não acompanhou essa evolução.

 

O resultado é que a relação de troca entre café e adubo é desfavorável ao produtor. Conforme dados da Cooparaíso, em 2007, 3,3 sacas de café eram suficientes para comprar 1 tonelada de fertilizante. Este ano, a relação de troca praticamente dobrou, com o produtor precisando de 6,7 sacas para adquirir o mesmo volume do insumo.

 

SAFRA

 

Quanto ao balanço entre oferta e demanda por café, os estudiosos do Cepea observam que a produção nesta safra deve ser apertada para atender às demandas interna e externa - considerando que as exportações nesta temporada permaneçam estáveis, em cerca de 28 milhões de sacas, e o consumo brasileiro totalize 18,1 milhões de sacas.

 

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram que a safra brasileira está estimada, respectivamente, em 45,85 milhões e 46,33 milhões de sacas.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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