Mais redes americanas reforçam investimentos em programas de educação e nutrição personalizada, afirma relatório
Alimentos processados costumam valorizar seus teores de vitaminas e minerais, mas o varejo vem percebendo que programas de saúde e bem-estar baseados nas seções de hortifruti são uma forma mais eficiente de posicionar as redes do setor no segmento nutricional. É o que afirma um relatório recentemente divulgado nos EUA pela Food Industry Association (FMI) e pela Academy of Nutrition and Dietetics Fuondation.
Segundo o estudo, metade dos varejistas de alimentos aumentaram de forma moderada ou significativa seus programas de saúde e bem-estar ao longo dos últimos 12 meses, priorizando a oferta personalizada de produtos. Mesmo sem adotar o rótulo de “alimentos como medicação”, uma filosofia segundo a qual a alimentação tem um papel fundamental na prevenção de doenças, as redes de supermercados estão conectando a nutrição a uma vida mais saudável.
Grande parte desse movimento é consequência da pandemia, que aumentou a preocupação da população com a qualidade do que come e fez com que, nos EUA, houvesse um aumento do consumo de hortifrutis, especialmente orgânicos. De acordo com o relatório, os supermercadistas têm explorado a ideia de “alimentos como medicação” de cinco maneiras:
Programas de incentivo: oferecer preços especiais em categorias como frutas, legumes e vegetais, ou cupons para clientes fiéis experimentarem novos produtos. Essa é uma forma de aumentar o acesso a alimentos ricos em vitaminas e minerais.
Ações de marketing: sinalização no PDV, embalagens especiais, comunicação no aplicativo e site, demonstrações virtuais de produtos, lives utilizando os itens sendo promovidos e mudanças nos algoritmos de busca são algumas formas de incentivar mudanças comportamentais durante o processo de compra.
Nutrição com apoio médico: desenvolvimento de programas personalizados de alimentação, prescritos por um nutricionista, para o desenvolvimento de boxes ou refeições de acordo com determinados objetivos de saúde.
Educação nutricional: conteúdo em blogs, ações de prevenção ao diabetes e programas de saúde voltados aos colaboradores do varejo. Essas ações podem ser complementadas por eventos como jornadas de verificação de pressão arterial, medição do nível de glicose no sangue e medição do IMC das pessoas.
Programas de prescrição de alimentos: um profissional de saúde ou nutricionista pode prescrever alimentos aos pacientes que tiverem condições específicas ou estiverem inseguros sobre o consumo de determinados itens.
O estudo entrevistou colaboradores de redes de supermercados que representam 26 mil lojas, além de 1.400 americanos adultos e informações fornecidas por nutricionistas e dados de pesquisas etnográficas.
Redação SuperHiper