Chuva castiga Cinturão Verde

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Horticultores lamentam prejuízos e baixa qualidade dos produtos colhidos nesta época do ano

 

As chuvas intensas e constantes que castigam o Cinturão Verde de São Paulo têm causado grandes perdas para os produtores de hortaliças. Entidades estimam que a quebra na safra gire em torno dos 40%. Entretanto, há produtores que registram prejuízos bem maiores.

 

Na região de Mogi das Cruzes, que concentra aproximadamente 35% de toda a produção paulista de folhagens, a chuva inundou diversas propriedades próximas das várzeas dos rios, comprometendo praticamente toda a horta desses produtores, segundo relata o engenheiro agrônomo da regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) em Mogi das Cruzes, Felipe Almeida. "Grande parte dos produtores ocupa essas áreas devido à umidade favorável ao cultivo de verduras. Porém, com o excesso de chuva essas áres estão literalmente debaixo d"água", diz.

 

Além das perdas decorrentes das enchentes, a qualidade dos produtos que sobraram, geralmente porque foram cultivados em áreas mais altas, é baixa. Isso porque o excesso de água acaba levando toda a adubação do solo, o que compromete o crescimento das plantas. "Temos que adubar mais vezes e, ainda assim, não podemos esperar muito para colher", conta o proprietário da Jacareí Agricultura, um dos maiores produtores de hortaliças do Estado de São Paulo, Ricardo Lopes. Ele diz que em razão do tamanho reduzido da folhosa está tendo que colocar dois pés de alface em cada embalagem.

 

Ao todo, o empresário calcula perdas de 40%. "Na unidade que temos em Igaratá, 40 hectares de plantação de alface, couve e brócolis foram totalmente aniquilados pelas águas."

 

A preocupação principal do empresário, no entanto, não é com as perdas deste ciclo, mas sim com o comprometimento do próximo. Preocupação essa que é compartilhada pela Cooperativa Agropecuária Ibiúna-São Paulo (Caisp), que reúne cerca de 50 produtores de folhosas e entrega por dia 42 toneladas de verduras por dia. "Com a chuva constante perde-se adubo, o custo da produção sobre muito e a qualidade dos produtos cai", diz o gerente técnico da cooperativa, o agrônomo Claudio Markunas.

 

"Agora temos o que colher, pelo menos. O problema é que o próximo ciclo já deveria estar plantado. Independentemente do tempo bom que possa fazer, em 40 dias haverá desabastecimento", alerta Márcio Ideriha, cooperado da Caisp. Ele diz que em sua plantação de coentro as perdas bateram 60%.

 

O reflexo dessas quedas de produção já pode ser sentido pelos revendedores e também pelo consumidor final, que já encontra verduras bem mais caras nas feiras. Somente a Caisp reajustou seus preços em 20% antes do Natal e projeta aumento de mais 20% para as próximas semanas.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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