A Positivo Informática, maior fabricante de computadores do país, lança hoje um novo modelo de desktop, resultado de um estudo de cerca de um ano e meio, principalmente com consumidores da classe C. O investimento total no projeto, batizado de Positivo Faces, foi de R$ 3 milhões, e é a grande aposta da empresa paranaense para o Natal.
O produto ganhou este nome porque sua principal diferença em relação aos concorrentes é a opção de personalizá-lo. Junto com o PC, o comprador ganha oito cartões ilustrados, que ficam presos na frente do computador por uma placa de acrílico. Além disso, com um programa já instalado na máquina, a pessoa pode criar seu próprio cartão.
Alta do dólar pode elevar preços
As sucessivas altas na cotação do dólar devem levar para cima também o preço dos computadores. O diretor de marketing da Positivo Informática, César Aymoré, diz que ainda não é possível afirmar que haverá reajuste de preços, nem de quanto ele será. Mas confirma que os custos da empresa já sofrem pressão da alta da moeda norte-americana, uma vez que 90% deles são dolarizados. “Se o dólar continuar a subir, será preciso um novo alinhamento de preços. Mas, por enquanto, estamos trabalhando com foco na economia do dia-a-dia e nos preparando para o fim do ano.
O design do novo desktop é assinado pela empresa americana Ideo, uma das mais conceituadas do mundo – ela foi responsável, por exemplo, pelo mouse da Apple e pela câmera instantânea I-Zone da Polaroid. “Ele tem um design inovador, mesmo sem as faces, e é mais robusto que os convencionais”, explica o diretor de marketing da empresa, César Aymoré. Para facilitar o transporte, a máquina também tem uma alça embutida.
Para chegar ao formato, a Positivo fez uma pesquisa de campo, em parceria com o Instituto Data Popular. Durante um mês, uma equipe de profissionais das áreas de marketing, design, novos produtos e engenharia – que incluiu o próprio Aymoré – visitou cinco famílias no Rio de Janeiro e em São Paulo, para entender o uso dos PCs nas casas de classe média. “A partir desta vivência, você tem informações que não encontra em estudos convencionais”, avalia Aymoré. “Podemos dizer que temos um profundo entendimento do que o consumidor brasileiro deseja.”
Foi a partir justamente desta observação que nasceu a idéia de um desktop que pudesse ser personalizado. “Nestas casas, o computador é um objeto de decoração, é parte da mobília. E as pessoas gostam de decorá-lo, colar figuras. Ele substituiu a geladeira.”
Para todos
Segundo o diretor, o projeto nasceu voltado para a classe média, mas será utilizado em toda a linha. “Estamos surpresos com a receptividade do produto nas classes A e B.” O Positivo Faces chega ao mercado em outubro e vai custar entre R$ 999 e R$ 1.999. Segundo Aymoré, ele terá o mesmo preço de um computador convencional com a mesma configuração. “A nossa proposta é oferecer mais, pelo mesmo preço. É assim que queremos continuar crescendo e ganhando mercado.”
Embora a marca esteja bastante associada à classe C, Aymoré diz que o Positivo vem conseguindo sucesso também junto às classes A e B – atendidas em especial pela Dell e HP. Sem revelar números, o diretor diz que a empresa “vai muito bem” no segmento, principalmente no mercado de desktops. “Não negamos nosso DNA. Nós conseguimos observar muito bem as oportunidades na classe média, principalmente decorrentes dos programas do governo federal [MP do Bem e computador para todos]”, diz. “Mas a classe A representa um volume importante, até porque tem um ticket médio mais alto.”
Veículo: Gazeta do Povo - PR