Especialista em consumo detalha os motivos pelos quais as lojas precisam focar neste novo cliente
Saúde e comodidade são as palavras que podem definir os novos hábitos de consumo no setor da alimentação. Isso porque o crescimento do delivery, aumento da busca por soluções baratas e interesse por alimentos veganos e vegetarianos e pela alimentação saudável são algumas das principais mudanças no comportamento dos consumidores pós-pandemia, de acordo com Guga Schifino, head de transformação digital da DX.CO, empresa do Grupo 4all.
Schifino, que é especialista em comportamento e consumo, participou, em maio, do NRA Show 2022, o maior encontro anual de profissionais de foodservice no Ocidente. A feira ocorre em Chicago, nos Estados Unidos, reúne mais de 1,5 mil expositores e fornecedores de todo o mundo que apresentam novas soluções para o setor, além de promover discussões relevantes para a área.
Entre as mudanças apresentadas no NRA, está o crescimento na compra de alimentos com entrega em casa, um comportamento acelerado com a pandemia, quando o delivery ganhou mais força, demonstrando que o formato veio para ficar: — O crescimento do delivery iniciou na pandemia e acabou criando um novo hábito, mantendo o interesse das pessoas pela entrega de comida, o que tem deixado o serviço em ascensão, mesmo que em menor percentual do que o ano passado.
A adesão ao consumo de alimentos sem itens de origem animal também aparece entre os novos hábitos. Guga destaca uma pesquisa da Datassential, apresentada no evento, em que 66% dos 27 mil consumidores pesquisados afirmaram que pensam que as comidas à base de planta são o futuro, sendo que 60% dos vegetarianos procuram alimentos com gosto de planta e 40% está em busca de itens com sabor semelhante ao da carne.
O estudo ainda traz o dado de que 62% das pessoas que optaram pela dieta sem carne dizem que a escolha levou em consideração a saúde.
— Muito embora saiba-se que não existe relação direta desse tipo de dieta com a saudabilidade — ressalta Schifino
Além disso, o impacto da inflação no preço dos alimentos também afeta o consumo, uma vez que a redução de gastos tem a alimentação fora de casa como um dos primeiros alvos.
As mudanças se intensificam na geração Z (de 11 a 24 anos) e mais ainda com a alfa (de três a 10 anos), que são também os responsáveis pelas escolhas dos alimentos e dos restaurantes no consumo familiar.
— Os principais desafios do setor são usar a tecnologia para melhorar a produtividade e minimizar os impactos da inflação. Adaptar-se a um novo comportamento de consumo. E avaliar novos modelos e formas de resolver as necessidades do consumidor — finaliza Schifino.
Fonte: GZH