Consumidor muda comportamento nos supermercados no primeiro trimestre

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Panorama do Consumo constata que o brasileiro comprou menos itens para driblar a alta dos preços

 

Um levantamento detalhado sobre o comportamento do consumidor no primeiro trimestre de 2023, realizado pela Stilingue, revela que os brasileiros compraram cerca de 3,7 itens a menos nos três primeiros meses do ano, principalmente, no atacarejo (redução média de 6,5 unidades), o que representa uma queda de 13,8% no ticket médio gasto em relação ao mesmo período de 2022.

 

“Assim como o atacarejo, os supermercados também tiveram redução de 3,2 unidades colocadas nos carrinhos, enquanto o pequeno autosserviço se manteve no patamar entre os dois trimestres. O ticket médio nos supermercados despencou no período analisado, com redução de 19,5%”, comenta Luiza Zacharias, diretora de Novos Negócios da Horus.

 

Tal cenário foi ocasionado pelo aumento dos preços das mercadorias que, por sua vez, sofreram com a oscilação do dólar e sazonalidade dos ingredientes. No e-commerce, cinco categorias tiveram índice maior do que 50% dos artigos sendo vendidos fora do valor estabelecido pela indústria no trimestre: higiene pessoal (78,15%), medicamentos (70,06%), alimentos (66,01%), limpeza (65,30%) e beleza (60,7%).

 

O sabonete, por exemplo, teve um aumento do valor médio de 39,5%. Também, houve uma significativa variação de preço do arroz branco, feijão preto e café tradicional, produtos que estão diariamente na mesa dos brasileiros. Tanto é que esse foi um assunto amplamente comentado nas redes sociais.

 

“Isso acontece porque, para produzir alimentos, é necessário investir em insumos, como matéria-prima, energia, mão de obra, transporte, entre outros. Além disso, existem alguns fatores que podem encarecer o processo produtivo, como a sazonalidade dos ingredientes, a oscilação do dólar, os encargos e tributos. Por isso, quando esse custo aumenta, é natural que o preço final também suba para não comprometer a margem de lucro do produtor. Por outro lado, se os custos de produção caem, é possível que o preço final do produto também seja reduzido. O preço das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos variou de 18% a 74%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) — avanço que pode refletir em preços elevados para o consumidor final”, alerta o diretor de Customer Success da Neogrid, Robson Munhoz.

 

Inflação

 

A projeção de inflação para 2023 é de 5,90%, segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central em março deste ano. A taxa de câmbio prevista é de R$ 5,25, e a taxa básica de juros deve encerrar o ano em 12,59%.

 

O segmento de bebidas marcou o menor indicador, registrando uma média de 49,3% de produtos sendo anunciados fora da faixa. Em uma análise mensal, o menor valor para este indicador foi registrado em fevereiro pelo segmento de beleza, com índice de 48,2%. Já o maior ficou com itens de higiene pessoal, em janeiro, com 81,8%.

 

O documento revela que todas as categorias analisadas tiveram aumento no ticket médio na comparação entre os dois trimestres, demonstrando que os consumidores estão pagando mais caro na maioria dos itens da cesta de consumo. Os maiores aumentos foram nos segmentos de limpeza (27,6%), pet shop (22,6%) e higiene/beleza (21,8%), e o menor foi registrado por bebidas alcoólicas (0,9%). Já em relação à média de itens no carrinho, houve pequenos aumentos em todas as cestas analisadas, exceto hortifrúti, que registrou a mesma quantidade de janeiro a março de 2023, na comparação com o ano passado.


Redação SuperHiper 

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