Varejo regional avança pelo país

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Redes têm juntas 3.471 lojas em todas as regiões e indústria já está atenta a essa nova configuração

 

As redes regionais de eletrodomésticos aceleraram os planos de expansão para este ano, especialmente depois da formação do megabloco de varejo que uniu Casas Bahia, Ponto Frio e Pão de Açúcar. Ao contrário do que se imagina, a força das redes regionais é grande.Um levantamento feito pelo Estado com fabricantes de eletroeletrônicos revela que, juntas, essas redes têm o triplo de pontos de venda em relação ao megabloco. As redes regionais têm 3.471 lojas espalhadas pelo País e presença em todas a regiões.

 

Já o megabloco reúne 1.120 lojas concentradas no Sudeste e não está na Região Norte, a nova fronteira do mercado consumidor, onde as regionais estão. Atentas para essa nova configuração do mercado e para escapar da provável pressão que esse megabloco vai exercer na hora de fechar as negociações, as indústrias já estão próximas das redes regionais.

 

“As indústrias começaram a melhorar as condições de negociação”, conta Vanderlei Gonçalves, diretor presidente de rede catarinense Salfer, que fechou 2009 com 161 lojas espalhadas entre Paraná e Santa Catarina. Ele diz que a indústria precisa diluir o máximo possível as vendas para redes menores a fim de se proteger do grande poder de fogo do conglomerado formado por Casas Bahia, Ponto Frio e Pão de Açúcar.

 

Com faturamento bruto de R$ 547 bilhões em 2009, Salfer abriu 40 lojas. Para este ano, planeja inaugurar 50 pontos de venda. “Somos a rede de eletrodomésticos que mais vai abrir lojas em 2010”, afirma Gonçalves. A meta da companhia é faturar o primeiro bilhão de reais em 2012, quando pretende ter 300 pontos de venda. A entrada em São Paulo está sendo estudada para o ano que vem. “Estamos avaliando São Paulo ou Rio Grande do Sul.”

 

Claudinê Bobato Amorim, diretor superintendente da rede Ponto Certo, com 58 lojas entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e oeste de São Paulo, confirma a mudança no comportamento da indústria. “As fabricantes de eletroeletrônicos estão dando mais atenção às redes regionais porque perceberam que delas depende a sua sobrevivência.”

 

Afetada pelo recuo da renda das exportações de carne e soja, que é a base da economia local do Centro-Oeste onde a empresa atua, no ano passado a rede faturou R$ 100 milhões e fechou duas lojas. Para este ano, quer abrir pelo menos dez lojas.

 

Segundo Amorim, as redes regionais saem ganhando com a formação de um megavarejista. “A guerra de promoções vai diminuir porque eles têm de apresentar resultados aos acionistas. A ameaça maior é para a indústria do que para os concorrentes do varejo.” Ele não se diz tão preocupado com a futura atuação da megavarejista na sua região. No Centro-Oeste, existem 315 lojas regionais e 162 pertencentes ao novo grupo formado por Casas Bahia, Ponto Frio e Pão de Açúcar.

 

“As redes nordestinas é que devem estar mais preocupadas”, diz Amorim. Ele observa que a megavarejista está praticamente ausente dessa região. De acordo com o levantamento, há apenas 84 lojas do megabloco no Nordeste, enquanto as regionais tem 912 pontos de venda. “A situação para redes nordestinas pode se complicar porque a região teve um crescimento extraordinário e é a nova Califórnia brasileira: todo mundo quer estar lá.”

 

“Formação de um grande bloco não nos assusta”, afirma Fernando Freitas, vice-presidente executivo da Eletro Shopping, que tem 110 lojas espalhadas entre cinco Estados do Nordeste: Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe.
 

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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