Cosméticos importados devem subir de preço

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A preocupação da indústria de beleza no Brasil foi garantir que o aumento da alíquota de importação de artigos americanos não envolvesse matérias-primas. Isso porque o total de manufaturados que vêm dos Estados Unidos significa muito pouco no consumo nacional de cosméticos - 0,6% do total de R$ 25 bilhões faturado pela indústria em 2009, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

 

O Brasil importa dos Estados Unidos boa parte dos insumos para a fabricação de produtos descartáveis de higiene pessoal (fraldas e absorventes), um segmento que faturou quase R$ 3 bilhões no ano passado. "Se o aumento da alíquota envolvesse os insumos desses produtos, como gel e não-tecido, teríamos um incremento no custo final de 4% a 8%", afirma João Carlos Basilio da Silva, presidente da Abihpec. A associação interveio junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para que as matérias-primas não fossem atingidas pela nova alíquota de 36% que passou a pesar sobre os cosméticos americanos. "Todos os nossos pleitos foram atendidos", diz Basilio da Silva, que não fez qualquer reivindicação em relação aos importados.

 

"Temos plantas de muito boa qualidade no Brasil que podem oferecer produtos similares ou melhores aos que estão sendo importados dos Estados Unidos", diz o presidente da Abihpec, que estima uma alta de preço de 60% a 70% nos cosméticos americanos. "As exportações dos Estados Unidos para o Brasil neste setor vão cair significativamente e talvez até deixem de existir, dada a falta de competitividade dos produtos deles perante os nacionais", arrisca.

 

As filiais brasileiras de multinacionais ainda estão avaliando o impacto. A Procter & Gamble do Brasil afirmou, por meio da sua assessoria, que ainda não listou os seus produtos importados para saber quais vêm dos Estados Unidos. A medida governamental também envolve lâminas de barbear, outro agravante para a P&G, que fabrica a Gillette. Procurada, a Avon não se manifestou. Embora tenha fabricação local, uma parte significativa dos seus insumos é importada.

 

O Valor também procurou a filial da Mary Kay e as distribuidoras de marcas como MAC, Clinique e Calvin Klein, mas não foi atendida até o fechamento desta edição. Para Frank Lund, presidente da distribuidora Frajo, representante da Revlon no Brasil, ainda é cedo para avaliar os impactos. "Esperamos que ainda haja uma negociação entre os dois países para reverter a medida, mas nosso plano B é aumentar os preços", diz.

 

Veículo: Valor Econômico


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