Brasil disputa com a Índia a primeira fábrica de moksha8

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O Brasil é um dos países cotados pela moksha8 para sediar o primeiro laboratório farmacêutico do grupo. Criada em 2008, a companhia deu importante passo em mercados emergentes com a venda de medicamentos mais maduros, como reflexo de sua parceria com as multinacionais Pfizer e Roche, e agora quer avançar em produtos de inovação.

 

A construção de uma fábrica já fazia parte dos planos da companhia desde sua fundação. Mas a empresa preferiu ganhar musculatura em países emergentes, principal mercado de atuação do grupo, antes de tomar decisões mais ousadas. Agora, com as vendas consolidadas, a empresa farmacêutica planeja erguer seu primeiro laboratório a partir de 2012.

 

O Brasil era considerado a principal rota desse investimento, que poderá chegar a US$ 500 milhões, mas terá de disputar com a Índia, que oferece mão de obra especializada, explicou ao Valor Mario Grieco, CEO da companhia no Brasil e vice-presidente para América Latina. "Estamos trabalhando para que o Brasil seja o escolhido", disse. Grieco, que está à frente da companhia no Brasil desde o início de 2008, é formado em medicina e passou por grandes grupos, como a Monsanto e a farmacêutica Bristol Myers-Squibb.

 

Segundo o executivo, o laboratório está estruturado para ser de pequeno porte, voltado para medicamentos biológicos. No ano passado, a moksha8 registrou faturamento de US$ 200 milhões, dos quais US$ 80 milhões no Brasil. Desde que foi criada, a empresa realizou investimentos da ordem de US$ 100 milhões, sobretudo em promoção de marketing para a venda de medicamentos. A origem do nome da empresa vem do sânscrito e está relacionada com liberação, esclarecimento e liberdade. O número oito, além de representar o infinito, dá sorte.

 

Controlada pelo fundo americano TPG (Texas Pacific Group), a companhia também tem entre seus acionistas a Mountreux Equity Partners, voltado para aportes em farmacêuticas, e a Votorantim Novos Negócios. "Submetemos no dia 4 de dezembro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pedido para comercializar o Peramivir no país", disse Grieco.

 

O Peramivir é um antiviral de uso intravenoso para casos de doentes portadores do vírus H1N1 (a gripe A, conhecida como suína), que fez no país cerca de 9,5 mil vítimas, das quais quase 10% fatais. Esse medicamento já foi aprovado pelos órgãos reguladores para uso em caráter emergencial nos Estados Unidos, México, Israel e Japão, afirmou Grieco. O produto foi desenvolvido pelo laboratório americano BioCryst Pharmaceutical, que também tem o TPG como principal sócio e está na chamada fase 3. Ou seja, encontra-se em teste final antes de ser colocado no mercado. O produto entra para concorrer com o Tamiflu, da farmacêutica Roche.

 

"Os investimentos no Brasil este ano devem somar US$ 50 milhões em estudos clínicos, previstos para ter início a partir deste mês. Também vamos fazer aportes de R$ 20 milhões em aquisições de medicamentos de marca", afirmou o executivo.

 

A farmacêutica quer avançar nas áreas de artrite rematoide, dor/inflamação, cardiologia e quer se especializar em saúde feminina e pediatria, com a comercialização de vitaminas.

 

A estratégia da empresa começou com a comercialização de medicamentos maduros da Pfizer, como Vibramicina e Unasyn, e da Roche, como Lexotan e Rivotril e Bactrim. "Apesar de consolidados no mercado, esses medicamentos têm grande apelo junto ao consumidor. O Bactrim, por exemplo, tem sido prescrito para pacientes com o vírus da Aids. O produto tem se mostrado mais resistente a certas infecções que outros", disse Grieco.

 

No ano passado, a empresa decidiu entrar no segmento de produtos de inovação. O Peramivir marca a estreia da companhia nessa área. Quando a Anvisa autorizar a comercialização do antiviral, a moksha8 deverá importar o produto da BioCryst para negociá-lo no Brasil. A aprovação da agência deverá sair em 12 meses, mas a companhia faz esforços para que o governo dê autorização para comercializá-lo em caráter emergencial, como já ocorre em alguns países.

 

A aposta da companhia nos mercados emergentes reflete o maior potencial de consumo nesses países. O Brasil, segundo Grieco, tem o maior potencial de crescimento comparado aos países latino-americanos. A empresa também tem um escritório de representação no México.


Veículo: Valor Econômico


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