Cacau aposta no segmento premium e irá para a China

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A Bonaire, uma das maiores chocolatier do mundo, saiu na frente e já compra cacau da Bahia dentro de um novo cenário para o setor: o Brasil quer liderar o mercado global de chocolates finos. Assim como ocorre no segmento de café gourmet, os baianos também apostam no nicho de mercado voltado à produção de cacau de alta qualidade. O objetivo é, além de exportar para a França, conquistar novos mercados europeus e também asiáticos, com foco na China. "Já temos dois produtores que exportam cacau para a Bonaire", diz Henrique de Almeida, presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC).

 

Os melhores chocolates do mundo são produzidos na França e na Bélgica. "Para o ministro francês da Agricultura Bruno Le Maire, se o mundo quiser chocolate de qualidade terá que produzir cacau como o Brasil", diz Almeida. Nos últimos dois anos, o País, representado pela Bahia, marcou presença no Salão do Chocolate de Paris.

 

Nos cálculos do presidente da APC, a Bahia deve, em até seis anos, se tornar o maior fornecedor mundial de chocolate com alto teor de cacau. "Estamos começando. A Venezuela, Madagascar e Costa Rica já investem", afirma.

 

A intenção dos maiores produtores nacionais do fruto é enviar, ainda em 2010, o produto industrializado para a Europa e Ásia, principalmente para a China. Para isso, uma unidade de industrialização de cacau em Gandu, município do sul da Bahia, deve responder pelo envio do chocolate gourmet à China, além de abastecer o mercado interno.

 

De acordo com cálculos de Almeida, a indústria tem capacidade de processar dois mil quilos de cacau por dia. "Para este ano estimamos uma produção inicial de 10 toneladas de chocolate fino."

 

Depois da Bahia, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso e Rondônia também cultivam o fruto.

 

Estatística da APC aponta que o Brasil, em 2009, produziu 140 mil toneladas de cacau. Para 2010, a previsão de colheita puxada pela Bahia é de 170 mil toneladas. Só os baianos devem responder por mais de 120 mil toneladas.

 

Diferentemente da África, que representa 70% da produção mundial de cacau (2,2 milhões de toneladas) e não consome o produto, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking, consumindo 400 mil toneladas ano de chocolate. Segundo a APC, o consumo doméstico brasileiro de chocolate fino cresceu 12% ao ano até 2009.

 

Segundo Durval Libânio, presidente do Instituto Cabruca, até início de 2012, o cacau gourmet da Bahia deve ganhar classificação de padrão de qualidade por meio de um projeto piloto. Libânio disse que sete produtores de cacau da região de Ilhéus, de olho no avanço do setor, já investem em fábricas de chocolate.

 

Mas nem tudo é boa notícia para a Bahia: desde a invasão da vassoura de bruxa nos cacaueiros, em 1989, os produtores acumularam dívidas. Para Libânio e Almeida, falta apoio do governo federal aos produtores. "O setor está endividado", dizem.

 

Veículo: DCI


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