Conceito Gourmet Station leva para o cardápio pratos e bebidas baseados em sucessos como Nhá Benta
Muita gente entra na Kopenhagen,rede formada por 260 lojas de chocolates finos, para tomar apenas um café. Depois de três minutos, o gasto com a bebida salta dos R$ 3 iniciais para R$ 16. O ambientemexe coma visão, o olfato e o paladar do cliente, que quadruplica seu ticket médio diante de tantas atrações doces como um cookie, uma Nhá Benta ou um bombom de cereja. Atenta aos hábitos dos seus clientes, a publicitária e administradora Renata Vichi, 28 anos, vice-presidente executiva e herdeira do Grupo CRM (detentor da Kopenhagen, da Brasil Cacau e da Dan Top), vislumbrou uma nova oportunidade para estimular a venda espontânea de chocolates e manter o negócio numa longa rota de crescimento. Ela criou a Gourmet Station, um conceito de loja bem maior que as atuais – 200 a 300metros quadrados contra as de 30 a 40 metros quadrados. É uma espécie de Kopenhagen tamanho família, que acomoda 90 pessoas sentadas e serve pratos e bebidas em louças francesas e talheres de prata. O cardápio inclui itens que revisitam receitas famosas da grife, como o milk shake de Nhá Benta, o waffle de “chumbinho” e o sanduíche compão de cacau. “A ampliação do cardápio de cafeteria e a proposta de variações em cima dos nossos produtos de linha servem de alavancagem para o nosso negócio”, conta Renata. O ticketmédio no espaço que ela chamade bistrôédeR$ 30 só com a refeição. Além do cardápio, o próprio vendedor oferece, na hora da conta, algum produto de chocolate. A operação desta nova loja ainda é tímida. Atualmente há apenas três unidades em operação – duas no Rio de Janeiro e uma em Campinas – e uma quarta pronta para inaugurar em Brasília. O próximo alvo é desembarcar emSão Paulo, mas para isso ainda faltam espaços grandes disponíveis.
Inovação
Essa é apenas uma das muitas inovações e reviravoltas vividas pela grife de chocolates desde que Renata assumiu o negócio, há 12 anos. “Quando meu pai (Celso Moraes, ex-dono do laboratório Virtus) comprou a Kopenhagen, em 1996, ela era uma empresa bastante familiar, administrada pela segunda geração e sem área de marketing. Eram 90 lojas e um faturamento de R$ 40 milhões”, conta. Depois de um investimento de R$ 120 milhões nos últimos 12 anos, o que envolveu um profundo projeto de remodelagem das lojas, desenvolvimento de novos produtos, ações de marketing e campanhas de lançamento, a rede saltou para 260 lojas (230 franquias e 30 próprias) e um faturamento de R$ 170 milhões. Com presença em todo o país — com exceção de São Luís (MA), onde há negociações para abertura de uma loja ainda em 2010 —, a Kopenhagen planeja abrir de 25 a 30 pontos de venda por ano. Renata acredita na possibilidade de chegar a 350 unidades nos próximos cinco anos. O café, na loja tradicional ou no espaço gourmet, é uma forma de atrair os clientes para dentro da loja. Seu objetivo não é apenas expandir a rede,mas aumentar o consumo per capita. “A Kopenhagen ainda cresce. Nesta Páscoa, vamos elevar nossas vendas em18%”, prevê. Para o período, a expectativa é elevar o ticket médio de R$ 30 durante o ano para R$ 80 no período. A Páscoa é a principal época de vendas para a grife - 30%dos negócios ocorrem neste período. Serão, ao todo, 460 toneladas de chocolates produzidas.
Nova fábrica produz para três marcas
Com investimento de R$ 80 milhões, o Grupo CRM começou a operar sua nova fábrica em Extrema (MG) (foto), em dezembro, depois de 18 meses vivendo entre processos de montagem e transferência. Hoje, 100% das linhas Dan Top e Brasil Cacau, ambas industrializadas, operam na fábrica mineira. Já os produtos da marca Kopenhagen, cuja produção é artesanal, têm 80% do seu processo concentrados em Extrema. Os 20% restantes serão conduzidos na unidade de Tamboré (SP) até abril. “Fomos para Extrema por conta da expansão do grupo e do crescimento exponencial da Brasil Cacau”, explica Renata Vichi, vice-presidente executiva do grupo. Ao invés dos 13 mil metros quadrados que ocupava em Tamboré, a nova fábrica agora tem 31 mil metros quadrados, com dois módulos de 8 mil metros quadrados prontos para uma futura expansão.
Veículo: Brasil Econômico