Depois do sufoco, Hering começa a pensar em aquisições

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Prestes a completar 130 anos, empresa colhe os resultados de uma reestruturação que teve início no ano de 2006

 

A quinta geração da família Hering já estava à frente dos negócios da empresa quando tudo, exceto a marca, parecia desmoronar. No fim da década de 90, a companhia chegou a pagar US$ 135 milhões só de juros, num prazo de três anos e meio. Por ter sido um dos períodos mais críticos, essa é também uma das décadas mais impressionantes da empresa. A Hering saiu do vermelho, entrou numa fase de estrita sobrevivência, engatou o crescimento e agora, prestes a completar 130 anos, já tem fôlego para fazer novos planos.

 

Nos próximos aniversários, a empresa de Blumenau espera figurar entre as grandes consolidadoras do varejo nacional. "O setor é muito fragmentado. As cinco principais marcas de roupa não chegam a ter, juntas, 10% do mercado", diz o presidente, Fábio Hering. "Ainda não temos os alvos, mas as aquisições serão um processo natural do nosso crescimento."

 

O avanço da Hering é evidente. O balanço do primeiro trimestre, que será divulgado hoje ao mercado, mostra um caixa líquido de R$ 77 milhões. A empresa havia terminado 2008 com um endividamento de R$ 11 milhões. O Ebitda (geração de caixa) teve um incremento de 126,5% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são resultado de uma reestruturação iniciada em 2006. Foi quando a empresa ganhou fôlego: renegociou dívidas, traçou uma estratégia de crescimento e impôs metas agressivas de expansão das lojas.

 

Naquele momento, a indústria começava a se despedir do negócio para dar lugar ao varejo. Hoje, 45% da produção é terceirizada. Até as camisetas básicas, que já foram sinônimo de Hering, são fabricadas na Ásia.

 

O planejamento foi feito com base numa pesquisa de mercado que mostrou que a marca ainda ocupava lugar de destaque entre os consumidores das classes A, B e C. Mas o reconhecimento não se traduzia em vendas. "Tínhamos um foguete na mão, só que faltava o combustível", lembra Fábio Hering.

 

Em 2006, a marca tinha 151 lojas. Hoje, são 278, e o plano é dobrar esse número em dois anos. A Hering está de olho nos novos shoppings e em cidades com população entre 100 e 200 mil habitantes. A região Nordeste também está entre os alvos. Os esforços da empresa estão concentrados em fortalecer a Hering Store. As outras duas marcas administradas pela companhia (a PUC, para crianças, e a Dzarm, de jeanswear) não são prioridade agora.

 

Veículo: O Estado de São Paulo


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