A indústria do videogame tem resistido à desaceleração econômica melhor que a maioria dos setores. A razão disso pode estar em números recentes sobre o segmento dos jogos gratuitos, segundo os quais um terço dos usuários não pagam para jogar. Mais e mais pessoas aderem a títulos gratuitos, como o "Treasure Island", da Zynga, que é jogado em redes sociais como o Facebook; fazem o download de jogos grátis como o "Godhand", criado pela Ngmoco e destinado a dispositivos móveis como o iPhone e o iPad; ou dividem o sofá com os amigos para participar de games multijogadores, a exemplo do "Call of Duty: Modern Warfare 2", da Activision Blizzard.
Um novo levantamento da Newzoo, empresa de pesquisa especializada no setor de videogame, mostra que todas as plataformas de jogos existentes, do telefone móvel ao console, têm uma audiência de não pagantes de pelo menos 30%.
"O movimento na direção dos modelos de negócio on-line aplicados a uma faixa maior de público começou depois da recessão e tem resultado em um crescimento contínuo durante os tempos difíceis da economia, em termos de receita", disse Peter Warman, diretor de administração e fundador da Newzoo.
A PopCap.com, uma das fabricantes líderes do setor dos jogos casuais (games com regras e mecanismos simples), de US$ 3 bilhões, oferece versões gratuitas de jogos como "Bejeweled Blitz" no Facebook e em seu próprio site. Segundo Paul Breslin, gerente-geral da companhia, a expectativa é de que permitir aos usuários que joguem de graça é uma boa maneira de garantir a satisfação do cliente, estimulando-os a comprar versões pagas e mais completas, com a "promessa de muito mais diversão está por vir".
Segundo o levantamento da Newzoo, um terço dos US$ 25,3 bilhões gastos pelos americanos com videogame em 2009 veio de receitas on-line (jogos on-line disputados via internet ou MMOs, na sigla em inglês) e da distribuição digital de jogos para consoles e computadores.
Outra empresa de pesquisa concentrada em videogame, a Interpret, revelou que 21% da população americana, mais de 46,1 milhões de pessoas, disputam jogos nas redes sociais. A idade média desses jogadores é de 38,8 anos, mais alta que a dos fãs de console, que tem em média 30,9 anos.
Veículo: Valor Econômico