Relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado dia 14 no Ministério do Meio Ambiente revela que o país perde R$ 8 bilhões por ano quando deixa de reutilizar todo resíduo reciclável que é encaminhado para aterros e lixões nas cidades brasileiras.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, e o técnico do Instituto Jorge Hargrave, apresentaram o estudo intitulado Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos para Gestão de Resíduos Sólidos, que traz a estimativa dos benefícios econômicos e ambientais da reciclagem e propõe instrumentos como pagamento por produtividade e acréscimos compensatórios graduados, a fim de aumentar a renda dos catadores, e crédito cooperativo para aumentar a organização e formalização das cooperativas.
A partir dos dados da pesquisa, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, instituiu um grupo de trabalho entre o Ipea e os Ministérios para avançar na reestruturação do primeiro Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos associado à coleta de lixo e ao cooperativismo dos catadores.
O grupo tem 45 dias para definir como será a operacionalização do programa, propor fontes de recursos e forma de repasse. "Queremos consolidar uma nova política pública em torno da remuneração adequada para os catadores, da retirada do lixo do meio ambiente e de um resultado econômico não só para as indústrias que reciclam, mas para as cooperativas de catadores com facilidades de crédito e novo perfil de renda", afirmou a ministra.
O diretor de Ambiente Urbano da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Silvano Silvério, ressaltou que o programa, além de melhorar a renda e as condições de trabalho dos catadores, tem como objetivo incentivar a reciclagem do país, onde apenas 12% dos resíduos sólidos urbanos e industriais são reciclados e somente 14% da população brasileira são atendidas pela coleta seletiva.
Veículo: Diário do Comércio - MG