Drogaria São Paulo se torna a maior do País

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Após comprar a concorrente Drogão, empresa planeja abrir o capital no ano que vem ou em 2012

 

A Drogaria São Paulo anunciou ontem a compra da concorrente Drogão, retomando a posição de líder do setor perdida para a cearense Pague Menos em 2007. Com base no faturamento registrado pelas empresas no ano passado, a Drogaria São Paulo atingiu, agora, uma receita de cerca de R$ 2 bilhões. A expectativa para 2010 é chegar a R$ 2,5 bilhões.

 

O valor da transação não foi divulgado, mas apenas 25% do total foi pago em dinheiro. A negociação também envolveu ações da Drogaria São Paulo, agora pertencentes a dois sócios da Drogão. Um deles, Paulo Guimarães, ocupará um assento no conselho de administração da empresa compradora.

 

Com a aquisição, o principal objetivo da Drogaria São Paulo é tornar seus números financeiros mais robustos ? e atraentes para os investidores. Segundo os planos de Ronaldo de Carvalho, controlador e presidente do conselho da companhia, a abertura de capital deve ocorrer entre 2011 e 2012.

 

"Queríamos ter feito o IPO há dois anos. Só não fizemos por conta da crise", diz. "Estamos prontos. Na hora em que decidirmos, vai demorar 90 dias para montar a operação." A empresa profissionalizou sua gestão em 2001 e audita seus resultados desde 1999.

 

"A Drogaria São Paulo quer recuperar a liderança que já foi sua. A posição no ranking passou a ser importante para as empresas, agora que os investidores estão mais interessados no setor. Especialmente depois da abertura de capital da Drogasil, que deu mais visibilidade ao segmento", diz Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma, Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias.

 

Nos próximos sete meses, a bandeira das 72 lojas Drogão será substituída pela da Drogaria São Paulo. "A marca da Drogaria São Paulo é mais forte e tem maior confiança do consumidor. As lojas também vendem mais", diz Carvalho. O modelo de negócios da Drogão também será suplantado pelo da empresa compradora.

 

A negociação entre as duas empresas começou em setembro do ano passado. De seu lado, a Drogão havia contratado o banco Safra e procurava um sócio. Com cerca de R$ 300 milhões de faturamento, a empresa, de tamanho, médio havia se tornado um alvo no aquecido processo de consolidação do setor.

 

Expansão. O aumento de presença geográfica da Drogaria São Paulo vai se dar, especialmente, em shopping centers. Hoje, a rede tem apenas 4 lojas em centros comerciais, contra 45 da Drogão. A grande vantagem de atuar nesse ambiente é a praticamente ausência de concorrentes. Na maioria dos casos, há apenas uma rede de farmácia por shopping.

 

Até o fim do ano, a Drogaria São Paulo pretende abrir 34 novas lojas. A expansão deve se dar nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. "Estamos atentos também a novas aquisições", diz Gilberto Ferreira, presidente da empresa.

 

Há, no total, 64 mil farmácias no Brasil, em um mercado de R$ 30 bilhões, mas só 5 mil delas concentram metade do faturamento do setor. Entre as redes, apenas duas são listadas em bolsa: a Drogasil e a gaúcha Panvel.

 

Recentemente, os fundos de investimento passaram a investir. No fim do ano passado, o banco BTG Pactual, por meio de seu braço de private equity, fechou a compra de 100% do capital da franqueadora de drogarias Farmais. Em 2008, os fundos Pragma e Gávea adquiriram 30% da rede Droga Raia.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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