Grandes redes de varejo especializadas em eletrodomésticos já dão mostras do que significará, para o consumidor, o impacto da crise financeira internacional. Na rede Ponto Frio, por exemplo, a oferta de produtos parcelados em até dez vezes sem juros foi reduzida à metade, e os juros no carnê subiram. Os preços dos produtos eletrônicos, estão entre 5% e 10% mais caros no mercado, informa a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
"Os juros subiram e se o varejo está repassando, ou não, é uma questão de tempo. Com relação a preços, a indústria vai repassar entre 5% e 10%, obrigatoriamente. O dólar inverteu (a cotação em relação ao real) em 42 dias. Foi de R$ 1,60 para R$ 2,04. Entre 5% e 10% é prudente, até para que freie um pouco mais (o consumo)", considera o presidente da Eletros, Lourival Kiçula.
"O freio que a gente está colocando é mais critério na concessão de crédito para o consumidor. Porque o nível de risco aumentou no País. A gente está com um pouco mais de parcimônia na concessão de crédito", admite o presidente da rede Ponto Frio, Manoel Amorim. De acordo com ele, a decisão de cortar pela metade a oferta de itens parcelados em até 10 vezes sem juros foi tomada para preservar o fluxo de caixa.
Os reflexos da crise no varejo são sentidos num momento de plena expansão no setor. Apenas em setembro, duas redes de varejo fizeram grandes movimentações: a Magazine Luiza inaugurou 44 lojas em apenas um dia, e a Lojas Renner comprou a Leader, com 39 lojas, elevando sua rede para 133 unidades. Segundo consultores, em 2009 o cenário será diferente.
Veículo: A Notícia - SC