Após registrar incremento de até 15% nas vendas relacionadas ao Natal, os supermercados de pequeno e médio portes do Estado já iniciaram as negociações para recompor os estoques nos primeiros meses do ano que vem. E a previsão, de acordo com algumas das principais centrais de compras de Minas Gerais, é de que os preços só devem ser reduzidos a partir de fevereiro ou março.
"A carne deve se manter sobrevalorizada até os primeiros meses de 2011, quando a demanda começará a cair. Já as chamadas commodities agrícolas, como arroz e outros cereais, devem manter o mesmo nível de preço", disse um dos diretores da Rede Biz, Alexandre Borges, que faz parte da associação de pequenos supermercadistas da região de Uberaba, no Triângulo mineiro.
As centrais de compra são associações de pequenos e médios empresários do setor supermercadista que se unem na hora de realizar as compras. O objetivo é conseguir preços mais baixos e melhores condições de pagamento, a fim de concorrer com as grandes redes de hipermercados.
O diretor da Rede Unida, de Juiz de Fora (Zona da Mata), Carlos Henrique Daniel, confirma que a estratégia do segmento é aproveitar a alta demanda para aumentar os lucros, já que a tendência é de desaquecimento dos negócios depois de março. "Temos que trabalhar com esse planejamento. Fazemos compras quinzenalmente para poder compor preços com uma boa antecedência e pensar em promoções", afirmou.
Segundo ele, ainda não há dados consolidados de todos os 16 supermercados que compõem a rede, até porque existe a expectativa de boas vendas no réveillon. Porém, ele adianta que os números preliminares indicam um crescimento em torno de 15% nos negócios no mês de dezembro em relação ao mesmo período do ano anterior.
O proprietário da Rede Super Mais, que reúne 18 empresas da região de Santos Dumont, também na Zona da Mata, Augusto Caetano, explicou que os estoques para 2011 começaram a ser formados no começo deste semestre, com o objetivo de evitar grandes oscilações nos preços. "Conseguimos nos antecipar para garantir uma boa margem para os lojistas, Não apenas no Natal, mas durante os meses que antecedem as festas de fim de ano". O resultado, segundo ele, foi um crescimento de 10% nas vendas na comparação com dezembro de 2009.
Veículo: Diário do Comércio - MG