As exportações brasileiras de couros e peles no ano passado cresceram 50% ante 2009, saltando de US$ 1,16 bilhão, para US$ 1,74 bilhão em 2010. Para 2011 a expectativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), é que as receitas atinjam a marca recorde de US$ 1,9 bilhão, vistos em 2008.
Apesar deste crescimento o setor ainda não superou as receitas dos embarques vistos em 2008, quando o setor alcançou US$ 1,88 bilhão. Além disso, o presidente da entidade Wolfgang Goerlich, também comentou que não somente a receita foi inferior, mas os preços médios obtidos pelas indústrias do setor. "Em 2010, a média mensal dos embarques de couros e peles somou US$ 145,2 milhões, ante quase US$ 160 milhões em 2008", comentou ele.
O presidente afirmou que além dos efeitos causados pelo cambio no ano passado, o setor enfrentou graves problemas em outras frentes, principalmente aqueles que compõem o chamado 'custo-Brasil': a pesada carga tributária, os atrasos na restituição dos créditos da exportação, as altas taxas de juros e de contribuições sociais, a carência de crédito para capital de giro, e a grande burocracia. "Contudo o setor ainda obteve um prejuízo com os apagões logísticos, principalmente nos portos, que podem chegar a US$ 200 milhões. A despeito da recuperação das exportações, o desempenho do setor em 2010 evidenciou os problemas que embaraçam os embarques de couro, como a queda do dólar, principal moeda usada no comércio, e a consequente crise cambial", frisou.
No ano passado, os principais destinos do produto nacional foram a China e Hong Kong, com US$ 560,8 milhões, 32,2% de participação e crescimento de 35% ante 2009, Itália com US$ 388,4 milhões, passando a 22,3% de participação e elevação de 46%, Estados Unidos, US$ 189,74 milhões, que representa 11% dos embarques e aumento de 88%, se comparado aos volumes registrados em 2009 e a Alemanha que fechou com US$ 55,4 milhões, e um crescimento de aproximadamente 90% no período.
O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no ano passado em relação a 2009 reafirma a liderança de São Paulo como maior exportador nacional com US$ 495,3 milhões, e uma participação no total exportado de 28,4%, seguido pelo Rio Grande do Sul que obteve US$ 463,94 milhões, sendo responsável pó 26,6%, Paraná US$ 177,8 milhões, e 10,2% de participação e o Ceará US$ 163,86 milhões, 9,4% de participação no total de exportações brasileiras.
Veículo: DCI